As bombas detonadas por Cidão vão mesmo parar no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). As declarações do árbitro que acusou Onaireves Moura de participar do esquema de corrupção no futebol paranaense serão anexadas ao inquérito paralelo presidido pelo auditor Paulo César Gradella Filho. O processo foi aberto em 3 de outubro para apurar as denúncias de um ex-jogador do Engenheiro Beltrão, que em entrevista à Tribuna acusou o clube de ter comprado árbitros para subir à Série Ouro.
Cidão disse ao canal ESPN Brasil que Moura ?vendeu? para o presidente do Ponta Grossa, Antônio Mikulis, a vitória do clube sobre o Prudentópolis, na última rodada da primeira fase do Estadual de 2000. O valor da negociação seria R$ 50 mil, e 10% disso caberia ao árbitro. Cidão negou e garantiu ter em mãos o cheque de R$ 5 mil, que disse não ter descontado. O jogo terminou empatado em 1 x 1 e o Ponta Grossa acabou no ?Torneio da Morte? e, mais tarde, rebaixado à Série Prata.
Na entrevista coletiva concedida na quinta-feira, Moura negou as acusações e disse que encararia com tranqüilidade uma eventual investigação do TJD. Em nota enviada ontem à imprensa, o presidente da FPF disse que mandou ofício ao Tribunal pedindo para ser ouvido no inquérito.
Moura garante que irá recomendar ao TJD que encaminhe o caso à Promotoria de Investigação Criminal (PIC), que pode investigar as denúncias em âmbito criminal. O presidente do Tribunal, Bôrtolo Escorsin, disse que o processo será encaminhado ao procurador-geral da Justiça no Paraná, Milton Riquelme de Macedo.
FPF ?salva? Mercedes
A Federação Paranaense de Futebol (FPF) escapou de perder o automóvel Mercedes-Benz e três cardeiras no Pinheirão. A entidade quitou as dívidas que motivaram a penhora dos bens pela Justiça Federal, evitando que estes fossem leiloados.
Conforme noticiou a Tribuna, estava marcado para ontem, às 16h, o leilão do automóvel Mercedes-Benz, modelo 500/SE, placa AMB-0130, ano 1993, de cor preta, de propriedade da FPF, além das cadeiras de números 9 setor 2 – fila ?F?, 9 setor 2 – fila ?G?, e 23 setor 8 fila ?C?, no Estádio Pinheirão.
No início da tarde de ontem, a federação enviou comunicado informando sobre a quitação da dívida e a anulação do leilão, informação confirmada pelo leiloeiro judicial. Segundo a FPF, a dívida foi quitada no dia 4 de outubro. No entanto, a instituição não teria comunicado o pagamento ao Ministério do Trabalho. Os comprovantes foram apresentados à 16.ª Vara do Trabalho na quinta-feira (13).
Segundo a FPF, o débito – no valor de R$ 21.498,55 – se referia a uma dívida trabalhista que foi repassada pelo Ministério do Trabalho para a Justiça Federal executar.
