Denúncia furada

Um tiro que saiu pela culatra. Esse pode ser o resultado da denúncia feita pelos árbitros afastados Marcos Tadeu Mafra, Sandro César da Rocha e Antônio Salazar Moreno contra o colega Evandro Rogério Roman.

Os três acusam Roman de superfaturar valores gastos com transporte para os locais dos jogos que é escalado, com a intenção de dar um golpe financeiro nos clubes. Agora, Roman garante que tem as provas de que tudo não passa de uma armação para incriminá-lo e promete processar seus acusadores.

Mafra, Sandro e Salazar foram banidos do futebol pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) em outubro, acusados de fazer parte do esquema de manipulação de resultados que ficou conhecido como ?Caso Bruxo?. Na ocasião, Roman foi a principal testemunha de acusação contra seus colegas, apoiado por uma comitiva de outros 12 árbitros, que confirmaram as denúncias, mas sem apresentar provas materiais.

Dizendo-se injustiçados, os árbitros punidos partiram para o contra-ataque. Na semana passada, eles entraram em contato com a Tribuna para fazer a acusação contra Roman. Eles apresentaram à reportagem cópias dos borderôs das partidas em que Roman teria informado aos clubes mandantes um valor bem maior do que o realmente gastou com o transporte para a partida.

Segundo Mafra, Sandro e Salazar, em algumas ocasiões Evandro iria aos jogos de carro, mas apresentava gastos com passagens aéreas. Um dos jogos em que o ?golpe? teria sido executado foi Criciúma x CRB, pela Série B do Brasileiro, no último dia 10 de setembro. ?Ele que mostre os tikets das passagens. Tenho certeza que ele não tem esses tikets?, desafiou Mafra na ocasião.

Provas

Roman aceitou o desafio e enviou ontem à redação da Tribuna uma cópia dos bilhetes aéreos usados para o deslocamento até Criciúma e dos recibos emitidos pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), referentes ao reembolso dos gastos.

Para apitar a partida em Santa Catarina, Roman se deslocou de carro de Cascavel, onde reside, até Foz do Iguaçu, onde, no dia 9 de setembro, embarcou no vôo 2167 da Varig, com destino a Curitiba. Na capital, o árbitro pegou o vôo 2161 da mesma empresa, até Florianópolis, de onde partiu para Criciúma novamente de automóvel.

No retorno para Cascavel, Roman diz que não encontrou lugar no vôo de Florianópolis para Curitiba e fez o trecho de carro. Na capital paranaense, o árbitro embarcou no dia 11 de setembro no vôo 2166 da Varig, de volta para Foz. O valor total das passagens aéreas foi de R$ 1.172. Somado aos gastos com combustíveis, o custo total com o deslocamento ficou em R$ 1.540, valor apontado no borderô apresentado por Mafra, Sandro e Salazar na ocasião da denúncia contra Roman.

Segundo Roman, no mesmo jogo os assistentes Rubens Berton e Francisco Aurélio Prado não conseguiram vôo para Florianópolis, devido ao grande movimento nos aeroportos na semana da partida, que marcou o feriado de 7 de setembro. Os bandeirinhas teriam feito todo o trajeto até Criciúma de automóvel, o que explicaria a diferença entre o valor gasto pelo árbitro e o apontado pelos assistentes, que declararam custos de deslocamento de R$ 220 e R$ 290, respectivamente. Essa diferença foi apontada como prova do suposto ?golpe? aplicado por Roman.

Na Justiça

Indignado com o que chama de calúnias, Roman diz que vai procurar na Justiça uma retratação de Mafra, Sandro e Salazar. ?Vou processá-los civil e criminalmente.

Não quero deixar nenhuma dúvida em aberto?, diz.

Roman afirma também que já move um processo contra o tesoureiro do Sindicato dos Árbitros do Paraná, Airton Nardelli, que o acusou, em depoimento ao TJD, de coordenar, na região Oeste do Estado, as vendas de um bingo organizado pela Associação Profissional dos Árbitros de Futebol do Paraná. Os sorteios do concurso nunca seriam realizados e o dinheiro arrecadado teria destino incerto. Roman diz que jamais vendeu cartela alguma de tal bingo.

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