A Olimpíada nem começou e o Aedes Aegypti já fez mais uma vítima. Número 2 do Brasil no mountain bike, Isabella Lacerda contraiu dengue na semana passada e, de cama, precisou ser cortada do Campeonato Pan-Americano da modalidade, que começou nesta quinta-feira na província de Catamarca, na Argentina. Sem treinar, também não vai viajar à Espanha, na semana que vem, como era previsto. A vaga olímpica, que começava a ficar possível, agora é bastante improvável.

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Apenas os oito primeiros países do ranking mundial têm direito a levar duas atletas à Olimpíada no mountain bike feminino. O Brasil é 12.º e confiava na oportunidade de pontuar no Pan. Da mesma forma, Isabella, em 24.º no ranking, brigava com Raiza Goulão, 17.ª, pela única vaga a que o País tem direito por enquanto.

Uma picada do temido mosquito, entretanto, praticamente tirou Isabella da briga pela vaga. “Cheguei de Portugal na terça (22) de madrugada e comecei a sentir os sintomas na quinta (24) à noite. Fui para o hospital na sexta (25) com muita dor de cabeça, febre, dor no corpo, dor nos olhos… Como eu iria viajar na terça (29), não tive condições físicas”, conta Isabella.

Como os sintomas costumam aparecer três dias após a picada, ela acredita que tenha sido infectada na chegada ao País, no aeroporto de Belo Horizonte. Naquela noite, voltando da Europa, Isabella não passou repelente. Agora, sofre as consequências de um ato banal. Desde quinta-feira, está de cama em Itaúna, também em Minas Gerais, onde vive e treina. Prevê voltar a treinar no fim de semana, mas não teria condições de competir na Espanha em meados de abril – no mountain bike, afinal, a resistência é fator básico.

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O ranking olímpico fecha em 24 de maio e, até lá, ela deve disputar mais duas provas, nos dois finais de semana anteriores: a Copa Internacional de São João del Rei (MG), e a etapa da Alemanha da Copa do Mundo. Isabella precisaria de ótimos resultados nas duas provas, mas não deixa de sonhar com a vaga olímpica. “Acredito até o final, até o dia de alinhar, mas com certeza agora fica mais difícil eu conquistar a vaga. Sem eu disputar provas e minha principal adversária competindo, fica mais difícil. Mas nunca vou parar de sonhar”, promete.

Por enquanto, deixa dois conselhos para quem sonha em disputar a Olimpíada: “use repelente o dia todo, e reze”. “Não tem o que fazer, não tem para onde ir. Não tem um lugar que é mais seguro, que você vai estar imune do mosquito. Em qualquer lugar tem essa epidemia.”

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