O Estádio Vitorino Gonçalves Dias, de Londrina, deve ser demolido em 2010. Interditado por Bombeiros, Polícia Militar, Ministério Público e Federação Paranaense de Futebol, o VGD deve virar moeda de troca por obras relacionadas a uma possível Vila Olímpica ao lado do Estádio do Café.
Foi o que anunciou o presidente da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), Paulo Roberto de Oliveira. Ele ainda lembrou que caso as obras do centro esportivo sejam realizadas, devem durar cerca de 8 anos até ficarem completamente prontas.
O terreno do VGD está localizado na região central de Londrina e tem o valor estimado entre R$ 3 e R$ 7 milhões, de acordo com o presidente da FEL. “Queremos ver se até janeiro damos início ao processo de licitação, com aprovação da câmara dos vereadores”, afirma.
Oliveira comparou o estádio a um “favelão” e disse que não houve interesse do Londrina em revitalizar a área, o que para ele seria um mau negócio. Torcedores do Tubarão discordam da afirmação. Dizem que havia o interesse na reforma do VGD.
“Fizemos toda uma mobilização com empresários, torcedores organizados e comuns na época do Campeonato Brasileiro da Série D. Mas quem poderia nos dar o laudo do que precisava ser feito, no Ministério Público, estava de férias. Foi feito contato com a Federação, com os bombeiros, mas ninguém dizia o que precisávamos para liberar nosso estádio”, protesta Marcelo Benini, vice-presidente da organizada do clube, a Falange Azul.
Segundo o torcedor londrinense, além do material de construção, haviam pessoas específicas para executar a obra. “Tinha um mestre de obra torcedor do Londrina, a diretoria havia conseguido um arquiteto, nós arrecadamos tijolo, ferro e tudo que havia sido solicitado na primeira vistoria, antes da Série D. Até mesmo nos colocamos a disposição para trabalhar, sem cobrar nada, como pedreiros”, disse Benini, que junto com outros torcedores do LEC organiza uma manifestação.
Quem também lamenta a demolição do estádio é o ponta esquerda Dalton, campeão paranaense de 62 com o Londrina. Hoje com 67 anos, vivendo em Porto Alegre, o ex-atleta diz que chora apenas ao acompanhar notícias e situação atual do Tubarão.
“É uma lástima para a memória da cidade. E pensar que houve um dia que esse estádio já foi respeitado. Time da capital tremia ao jogar no VGD. Em breve, quem vai tremer pelo descaso são as paredes do Vitorino Gonçalves Dias. É um descaso”, lamenta.
O diretor de vistorias da FPF, Reginaldo Cordeiro, não foi localizado para comentar o assunto. Dias antes, ele reclamava a situação do VGD e pedia a união de forças no município para evitar a tragédia anunciada pela Fundação de Esportes de Londrina.