Delegado é denunciado por pedir credenciais para F-1

A Procuradoria da República denunciou ontem o delegado Nivaldo Bernardi sob a acusação de estelionato. Ele teria tentado induzir a erro os organizadores do GP Brasil de Fórmula 1, em 2004, requisitando em papel timbrado da Polícia Federal 54 credenciais, quatro das quais com acesso ao paddock, mesmo sabendo que a PF não participaria da segurança do evento. As credenciais pedidas pelos delegado valeriam hoje R$ 130 mil. O criminalista Paulo Esteves, que defende o policial, disse ontem que desconhecia os termos das denúncia.

O delegado só não conseguiu as tais credenciais porque, segundo a procuradoria, em uma reunião preparatória para o evento, o empresário Tamas Rohony foi informado pelo delegado Antônio Wagner Castilho que a PF não participaria do evento. Além de Bernardi, a procuradoria denunciou dois outros delegados, o então corregedor do órgão e um superintendente interino, sob as acusações de condescendência criminosa e favorecimento pessoal. Os dois teriam ocultado da procuradoria o procedimento disciplinar interno contra Bernardi – que resultou na suspensão de dez dias do subordinado.

Se os superiores de Bernardi tivessem fornecido antes a informação à procuradoria, outros três delegados poderiam ter sido denunciados no caso. O MPF só soube da investigação interna da PF contra Bernardi em dezembro de 2008. Isso só ocorreu porque o próprio delegado entrou com mandado de segurança na área cível da Justiça Federal contra a suspensão de dez dias. Uma procuradora da área civil percebeu que a conduta do delegado podia configurar crime e encaminhou os caso ao procurador da área criminal, que fez a denúncia.

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