O ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero enviou na noite desta quinta-feira um novo pedido para se licenciar do cargo de conselheiro do Palmeiras. O comunicado foi feito no dia em que o Estado revelou que a presença dele no órgão poderia causar diversas punições ao clube, como multa e até rebaixamento de divisão em virtude do dirigente ter sido banido pela Fifa do futebol, em decisão de abril do ano passado.

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A informação sobre a nova licença de Del Nero foi publicada primeiramente pelo canal ESPN. Ao Estado, o presidente do Conselho Deliberativo (CD) do Palmeiras, Seraphim Del Grande, afirmou que o dirigente enviou o pedido por e-mail. “Em abril do ano passado ele pediu licença primeiramente por oito meses. Agora, será por mais sete meses. O Del Nero está esperando a definição do pedido dele de reconsideração do que a Fifa impôs de penalidade”, explicou.

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Del Nero foi banido do futebol pela Fifa por envolvimento em casos de corrupção. A entidade máxima do futebol entende que ao manter o dirigente punido em um cargo, o clube desrespeita a determinação e estará sujeito a sanções. A mais grave delas é o rebaixamento de divisão, como foi explicado por um porta-voz da Fifa ao Estado com base no artigo 64 do código disciplinar da entidade.

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O presidente do Conselho Deliberativo do Palmeiras afirmou que por ser conselheiro vitalício do clube e não precisar, portanto, de cumprir um mandato com tempo determinado, Del Nero possui regalias quando se trata do pedido de licença no cargo. O ex-presidente da CBF não terá o comunicado de afastamento divulgado ou apreciado no conselho. Além disso, não precisa, por exemplo, que o motivo do afastamento se enquadre em situações como motivos profissionais, saúde ou luto, como é o caso dos demais conselheiros não-vitalícios.

“Ele já pediu licença do cargo outra vez. Para nós, isso não tem nenhum problema. Esse comunicado pode ser feito por carta, WhatsApp ou e-mail, como foi o caso dele”, explicou Del Grande. Paralelamente a isso, conselheiros se organizam para enviar ao presidente do CD um pedido de esclarecimentos sobre a presença dele no órgão e os possíveis riscos disso para o clube.

Apesar de já ter apresentado uma licença anterior da função, que vigorou de abril de 2018 até janeiro de 2019, Del Nero foi citado nas atas das reuniões recentes do CD como “ausência justificada” e não como licenciado. O Estado teve acesso aos registros dos encontros realizados nos últimos meses e conversou com conselheiros para conferir essa informação.

Del Nero não frequenta as reuniões do Conselho Deliberativo do Palmeiras há mais de um ano e até mesmo esteve ausente da votação de janeiro em que seu filho, Marco Polo Del Nero Filho, acabou eleito como conselheiro vitalício.