O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero, emitiu nota oficial, no início da tarde desta sexta-feira, para repudiar os atos de racismo cometidos contra o volante Arouca, na noite da última quinta, no Estádio Romildão, onde o Santos goleou o Mogi Mirim por 5 a 2, pela 12ª rodada do Campeonato Paulista. O jogador foi chamado de “macaco” por torcedores presentes no local enquanto dava entrevista na saída do gramado, e o dirigente prometeu que a entidade que controla o futebol estadual lutará para aplicar uma punição ao clube do interior paulista.
“De nossa parte, faremos o possível para que mais este caso de desrespeito ao próximo, e ao ser humano de um modo geral, não fique impune, já que temos elementos para tal através do nosso Tribunal de Justiça Desportiva, que prevê punição ao clube mandante com multa e até perda do mando de campo”, afirmou Del Nero.
Em seguida, o presidente da FPF destacou que “o fato lamentável será comunicado ao TJD da Federação Paulista de Futebol, bem como as provas, que já estão sendo reunidas para que tenhamos a possibilidade de dar o exemplo ao mundo do futebol que, infelizmente, tem registrado diversos casos semelhantes nos últimos meses”.
No caso mais emblemático de racismo ocorrido neste ano, a CBF, que tem Del Nero como vice-presidente, pediu no mês passado para a Conmebol excluir o Real Garcilaso da Copa Libertadores como punição pela atitude racista da torcida do time peruano contra o volante Tinga no jogo de estreia do Cruzeiro na competição. O atleta foi ofendido com gestos e sons imitando macacos durante o jogo no qual a equipe peruana acabou vencendo por 2 a 1.
Na ocasião, a entidade que controla o futebol brasileiro pediu punição com base no artigo 12 de seu Regulamento Disciplinar, que prevê desde a retirada dos três pontos ganhos pelo Real Garcilaso até a exclusão, passando por perda de mandos de campo ou determinação de jogar com portões fechados.
Desta vez, porém, Nel Nero evitou cogitar a possível exclusão do Mogi Mirim do Paulistão, amparado no fato de que o próprio regulamento geral da competição não prevê este tipo de punição em caso de prática racista de uma torcida.