O volante Deivid é hoje, talvez, a única unanimidade do Atlético para a sua torcida. Apesar da campanha ruim do time, ele se destaca pela regularidade. Mas nem sempre foi assim. Antes de se tornar o “guerreiro” do Furacão, ele pensou em desistir da bola, por causa de uma lesão de joelho sofrida em 2007. Deu a volta por cima e no dia 6 de novembro, contra o Atlético-GO, em plena Arena da Baixada, passou pela maior emoção da carreira na Arena da Baixada. Confira na entrevista a seguir:
Paraná Online – Esta é sua melhor fase na carreira?
Deivid – Estou certo que esta é a melhor fase da minha carreira. Nesse Brasileiro consegui fazer vários jogos e acredito que tenha ido bem. Mas a tendência é melhorar e tenho a confiança do grupo, da diretoria, da torcida e da comissão técnica, que são fundamentais na evolução do atleta.
Paraná Online – Em alguns jogos você chegou à exaustão. A posição de 1.º volante exige demais?
Deivid – Um pouco é estilo meu. Mas o campeonato é longo e quando chega nessa fase final começa a bater o cansaço. Aí, o que vale é a superação para aqueles que estão mais desgastados. Procuro ir até o meu limite, e a função que me foi dada exige mais e quero fazer meu melhor. Como primeiro volante você tem que marcar muito e hoje tem que sair para o jogo. Acaba sendo um pouco desgastante sim.
Paraná Online – Mudou muito seu dia a dia depois de virar referência no Atlético?
Deivid – Agora eles me conhecem mais, apesar de ser meu primeiro ano podendo jogar, fazendo mais partidas. Veio o reconhecimento. Muitos que encontro me cobram, e com razão. Ninguém quer ver o time nesta situação, mas são válidas as cobranças. Nunca foram hostis, pelo contrário, me elogiam pelo Brasileiro e me dão motivação.
Paraná Online – Quando você começou a perceber que tudo estava mudando?
Deivid – Sou meio tranquilo, mas no jogo com o Atlético-GO tive que segurar a emoção. Sou durão, não chorei, mas tive que me conter. O estádio inteiro gritando meu nome me emocionou bastante. É um estagio onde todo jogador espera chegar. Foi a primeira vez que ouvi a Arena inteira gritar. Foi a prova de que criei esta identidade com a grande maioria.
Paraná Online – Sofreu muito até chegar neste estágio de ídolo?
Deivid – Encontrei muitas dificuldades na minha carreira, tive muitas lesões, tive pessoas que me apoiaram, motivaram e me fizeram permanecer para que eu pudesse chegar onde estou hoje.
Paraná Online – Neste período, chegou a pensar em desistir?
Deivid – Em 2007, pensei. Fiquei quase um ano parado, tinha uma tendinite patelar crônica e pensei em ir embora. Mas minha família, os amigos e o Leandro Niehues me deram muita força. Com certeza, o Leandro e o Ticão são os grandes responsáveis por eu estar aqui hoje.