O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), com seu par do Ministério Público Estadual, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), começa na próxima semana a ouvir testemunhas do caso sobre a venda de notas frias da empresa N.B.L. Serviços Contábeis para o Corinthians, que contou com conivência e participação do presidente Alberto Dualib e de Nesi Curi, seu vice. A fraude acarretou a apreensão de 80 notas falsas, após meses de investigação, e um prejuízo aos cofres do clube de R$ 436 mil. O dono da N.B.L. confessou ter recebido no esquema, de 2000 a 2005 ?salário? mensal de R$ 17 mil.
O Deic tem indícios de uma ramificação fraudulenta em outros setores da administração do Corinthians. ?São notas falsas fabricadas pela própria N.B.L., que também é uma prestadora de serviço fantasma no clube?, disse ontem um dos responsáveis pela nova apuração.
Os nomes das testemunhas que serão ouvidas a partir de segunda-feira não foram revelados. Sabe-se que são pessoas ligadas ao Corinthians, ao departamento administrativo do clube, sobretudo dos setores de contabilidade e informática.
Investigações preliminares do Deic apontam ainda para o envolvimento de outras empresas ?fantasmas? que despejavam notas falsas ou adulteradas no Parque São Jorge, sempre com a conivência de seus principais dirigentes, Dualib e Nesi Curi. O MP Estadual já denunciou todos os envolvidos por formação de quadrilha e estelionato.