Em mais um dia do longo julgamento de Oscar Pistorius, a defesa do astro paralímpico tentou mostrar nesta quinta-feira, com o depoimento de testemunha no tribunal em Pretória, que seu cliente ficou muito triste e abalado com a morte de Reeva Steenkamp. O atleta sul-africano é acusado de ter premeditado o assassinato de sua namorada, mas ele alega que disparou os tiros, na madrugada do dia 14 de fevereiro de 2013, de forma acidental.

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Na sessão desta quinta-feira no tribunal, a defesa de Pistoriu chamou como testemunha a assistente social Yvette van Schalkwyk, que esteve com o atleta na prisão no dia seguinte à morte de Reeva. “Vi um homem com o coração partido. Ele chorou em 80% do tempo. Ele falou para mim sobre como eles planejavam o futuro juntos”, contou a funcionária pública, ao comentar sobre como foi sua conversa com o astro paralímpico naquele encontro.

Promotor do caso, Gerrie Nel chegou a pedir que o testemunho da assistente social foi desconsiderado, pois não seria relevante, mas a juíza não aceitou. Depois, ele comentou com a testemunha que Pistorius, mesmo mostrando estar abatido com a morte de Reeva, não chegou a dizer para Yvette van Schalkwyk que se arrependia de ter atirado na namorada. Por isso, segundo a acusação, o astro paralímpico estava sofrendo apenas por causa de sua própria situação.

No 28º dia de julgamento, também teve o testemunho da anestesista Aina Christina Lundgren, chamada pela defesa para sustentar a versão de Pistorius sobre os acontecimentos na noite da morte de Reeva. Com seu depoimento, ela rebateu a tese da promotoria de que o astro paralímpico teria mentido ao dizer que o casal comeu cerca de oito horas antes dos disparos – a autopsia encontrou alimentos no estômago da modelo sul-africana, o que indicaria que a refeição teria acontecido no período máximo de seis horas antes da morte.

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No seu depoimento, Aina Christina Lundgren sustentou que Reeva poderia, sim, ainda ter alimentos no estômago mesmo tendo comido oito horas antes, como alega Pistorius. Mas o promotor Gerrie Nel manteve a tese de que o astro paralímpico estaria mentindo sobre os acontecimentos daquela noite, inclusive sobre a hora em que o casal fez a última refeição.

Se for considerado culpado, Pistorius poderá até mesmo ser condenado à prisão perpétua, com direito a solicitar liberdade condicional após cumprir 25 anos de pena na cadeia. Antes da morte da namorada, o sul-africano era um atleta mundialmente admirado, cuja carreira atingiu o ápice em 2012, quando ele participou da Olimpíada de Londres. Além disso, o velocista biamputado, que corre com auxílio de próteses nas pernas, possui oito medalhas paralímpicas, sendo seis delas de ouro.

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