Defesa exibe próteses para sustentar versão de Pistorius

O advogado de Oscar Pistorius, Barry Roux, apresentou nesta quinta-feira, durante mais um dia de julgamento do astro paralímpico acusado de assassinato premeditado de sua namorada, Reeva Steenkamp, em fevereiro do ano passado, uma imagem de próteses ensanguentadas do atleta biamputado para demonstrar que o velocista sul-africano supostamente usava as mesmas no momento em que disparou com uma arma contra a porta do banheiro onde estava a modelo, atingida por quatro tiros.

Pistorius sustenta que colocou as próteses antes de ir até a porta do banheiro e usou um taco de críquete para se proteger contra a presença de um suposto invasor em sua residência. Ele alega que atirou em Reeva por engano, ao confundi-la com um ladrão que acreditava estar na suíte do casal.

A defesa alega que Pistorius usava as próteses no lugar de suas pernas quando golpeou a porta com o bastão de críquete para chegar onde estava a sua namorada, ferida pelos tiros. A imagem que mostra os membros artificiais do atleta, que vestia uma meia branca e manchada pelo sangue de Reeva até o joelho, foi mostrada por meio de um monitor de televisão durante o julgamento.

Roux fez questão de enfatizar que Pistorius logo arrombou a porta do banheiro para tentar ajudar a namorada, sustentando a versão do velocista, sendo que a acusação alega que ele atirou nela após uma forte discussão do casal. Ele interrogou os investigadores e alegou que a polícia cometeu vários erros de procedimento e colocou em dúvida a forma como as autoridades trataram as provas da investigação do homicídio.

Para desqualificar a investigação, Roux disse que fragmentos da porta atingida pelos tiros foram perdidos pela polícia e questionou a credibilidade da perícia feita no local. O advogado atacou a acusação um dia depois de Johannes Vermeulen, especialista da polícia forense, contestar a versão de Pistorius ao participar da recriação da cena do crime na sala do tribunal. Foi montado um banheiro com as mesmas especificações daquele no qual Reeva fora assassinada e o cenário serviu para o coronel fazer uma simulação de como o atleta teria acertado a porta de madeira com um taco de críquete. O especialista se ajoelhou para demonstrar que o atleta teria atingido a porta quando estava de joelhos, sem as próteses nas duas pernas.

A conclusão de que Pistorius usava ou não próteses é importante porque, caso fique comprovado que ele mentiu ao dizer que as utilizava, cairá por terra parte do seu argumento de que atirou na modelo de forma acidental, expondo assim as inconsistências de sua versão.

Acusado de assassinato premeditado, Pistorius viveu o ápice de sua carreira em 2012, quando participou dos Jogos de Londres, se tornando o primeiro competidor paralímpico a disputar uma edição da Olimpíada. Além disso, o sul-africano conquistou oito medalhas em Jogos Paralímpicos, sendo seis delas de ouro.

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