A goleada sobre o Fortaleza trouxe projeção aos atacantes do Paraná Clube. Mas a evolução da equipe está intimamente ligada a outro setor da equipe. Há tempos o Tricolor não realizava um jogo com tamanha segurança defensiva. O adversário praticamente não finalizou contra o gol defendido por Flávio, parando na eficiência do trio de zagueiros.
Pela primeira vez neste Brasileiro, o Paraná não sofreu gol, pondo fim a uma marca incômoda. Principalmente diante dos números do ano passado, quando o Tricolor conviveu com muitos problemas diante do elevado número de gols sofridos. Levando-se em conta apenas jogos do Brasileirão, a defesa paranista não ?passava em branco? desde 20 de novembro de 2004, na vitória por 1×0 sobre o Atlético Mineiro, no Pinheirão.
Deste jogo até a vitória do último sábado, foram dez jogos realizados, com treze gols sofridos, no total. ?Temos um time em formação e acertar uma defesa não é fácil. É preciso entrosamento e isso não ocorre da noite pro dia?, comentou Daniel Marques, o mais jovem da ?nova? zaga tricolor. Ele, Marcos e Aderaldo disputaram apenas três jogos até aqui, mas já apresentam uma boa sincronia. Prova disso é que a todo momento um deles se lança à frente, buscando trazer dificuldades aos adversários na condição de ?elemento surpresa?.
?Creio que nós três temos um bom aproveitamento nos passes. A intenção é que a bola saia com qualidade da nossa defesa?, lembrou Aderaldo. Posicionado pelo lado esquerdo, o zagueiro mostrou precisão em pelo menos três lançamentos longos para companheiros. Diante da vantagem numérica, a partir da expulsão do lateral Chiquinho, do Fortaleza, o Paraná passou a jogar num 4-4-2, mas sem perder a qualidade defensiva. ?Todos ajudaram na marcação. Isso foi decisivo?, lembrou o capitão Beto, que ao lado de Rafael Mussamba fez o trabalho de proteção à defesa.
A boa fase da defesa é reflexo do acerto da diretoria ao reforçar este setor, que mesmo numa competição tecnicamente ruim, como o Campeonato Paranaense, teve dificuldades. Só para se traçar um parâmetro, em catorze jogos disputados no estadual, o Paraná só não sofreu gols três vezes. ?Havia essa carência e por isso tivemos que investir inicialmente neste setor?, comentou o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro. Além do trio de zagueiros, o Tricolor trouxe ainda o lateral-direito Parral, mas este ainda não estreou, devido a uma lesão no joelho esquerdo.
O técnico Lori Sandri, mesmo diante das novas opções para meio-de-campo e ataque, dificilmente abrirá mão da segurança obtida com este sistema de jogo. O técnico não antecipou a formação que irá utilizar no clássico, mas deixa nas entrelinhas que dificilmente alterará a estrutura que começou a montar ao longo das sete primeiras rodadas do Brasileiro.