Não está errado quem disser que a defesa do Coritiba ?voltou ao normal?. Após erros e críticas durante a temporada, o setor vive o melhor momento do ano. E o principal beneficiado é o goleiro Douglas, que ostenta a principal seqüência invicta do Campeonato Brasileiro. São exatos 293 minutos sem levar gol contando os seis minutos da partida contra o São Paulo e os confrontos com Fluminense, Juventude e Vasco com os devidos acréscimos.
A série positiva da defesa alviverde chegou no momento de questionamento de todo o elenco. ?A torcida esperava muito da gente e nós sabíamos que poderíamos fazer mais. E ainda temos muito a evoluir?, garante o capitão Reginaldo Nascimento, que foi volante nestas partidas. ?É bom saber que nós conseguimos provar a nossa capacidade?, confirma Douglas, que assumiu definitivamente a camisa 1 do Cori.
Além de confirmarem seu bom momento, as defesas de Douglas foram decisivas para a recuperação coxa. ?É um sinal positivo, ainda mais neste Brasileiro, em que a média de gols é superior a três por partida?, lembra o goleiro, que teve intervenções fundamentais no empate com o Fluminense (a defesa do pênalti cobrado por Petkovic) e na vitória sobre o Vasco (as defesas seguidas nos arremates de Abedi e Anderson). ?Isso não é somente mérito meu, mas sim de todo o grupo?, ressalva.
A unidade dos defensores – e de todo o elenco – não é citada apenas por Douglas. ?Acho que nada disso seria possível se os nossos meio-campistas e atacantes não ajudassem?, diz Nascimento. ?Quem avaliar vai perceber que o Caio e o Renaldo, que atuaram nas três partidas, foram para o sacrifício. Eles sempre voltavam para o meio e colaboraram muito?, relata o capitão coxa. ?Nosso sistema de marcação começa no ataque?, resume o goleiro.
Com o acerto defensivo, os próprios responsáveis pela retaguarda sabem que o momento agora é de acertar o ataque. ?No momento em que a gente tiver este equilíbrio entre os setores, vamos ficar mais fortes?, comenta Douglas. ?Acho que todos têm consciência do que podem fazer pelo time. Nós conversamos, avaliamos nosso trabalho e temos a certeza de que dá para melhorar muito até o final da competição. Essa tranqüilidade que a vitória nos trouxe só vai ajudar?, afirma Reginaldo Nascimento.
E a zaga alviverde terá a próxima prova de fogo no clássico de sábado, às 16h, contra o Paraná Clube, no Pinheirão. ?É uma partida difícil e eles vão jogar em casa. Por isso, temos que ficar muito atentos, não podemos deixar de cuidar da marcação um instante sequer. Este clássico vai ser definido nos detalhes?, finaliza Douglas.
Jogadores ganham um ?treino? no parque
Depois do alívio, um pouco de ar puro e visual diferente. Ontem, enfim o preparador físico Róbson Gomes conseguiu fazer o que programou há tempos – tirar o elenco do Coritiba do CT da Graciosa e levar para
um treino físico no Parque Barigüi. A intenção foi realmente tirar um pouco da carga dos trabalhos e do dia-a-dia dos jogadores.
O plano de sair da rotina era antigo. ?Nós já tínhamos conversado sobre isso dentro da comissão técnica. Era importante dar uma mudada no ambiente, levar o grupo para um lugar bonito e de ótimo astral. Mas era complicado fazer isto depois de uma derrota, pois o grupo talvez ficaria exposto demais. Agora, depois de um bom resultado, é o momento ideal para se fazer isto?, explica Róbson Gomes.
Ideal porque o grupo se sente mais tranqüilo depois da vitória sobre o Vasco. ?Nós tiramos um peso de nossas costas?, resume o atacante Maia. ?Era muito complicado o nosso momento. Sabíamos que não estávamos bem e também que só um resultado positivo nos daria a chance de acreditar de novo. Por isso o alívio?, reconhece o capitão Reginaldo Nascimento.
A preparação tática para o clássico com o Paraná começa hoje, com os trabalhos no CT da Graciosa. O técnico Cuca não deverá contar, pelo menos por enquanto, com o meia Luís Carlos Capixaba, ainda reclamando de uma tendinite. O armador só deve trabalhar amanhã, o que aumenta a dúvida sobre a formação da equipe. Cuca também terá que definir o substituto de Allan, vetado por causa de um estiramento muscular. O zagueiro fica no estaleiro por três semanas.
