Nos últimos anos, o Coritiba se notabilizou por formar e contratar vários jogadores defensivos. Chegou a ter oito volantes no elenco – tudo para tentar ser uma equipe bem postada e organizada defensivamente. Mas somente nos últimos doze meses o Cori acertou a ‘cozinha’, terminando o campeonato brasileiro com a terceira defesa menos vazada, e neste momento tem o melhor rendimento entre as dezesseis equipes do campeonato paranaense, tendo sofrido apenas sete gols em dez partidas. Fruto do trabalho e da constância dos jogadores do setor, mesmo com diversas mudanças táticas.
"Todo jogador sabe como o time joga", não se cansa de dizer o técnico Antônio Lopes, para explicar a manutenção de uma estrutura de jogo. Só que o Coritiba teve, desde que o Delegado chegou ao clube, cinco formações diferentes na defesa. A primeira teve Danilo (hoje no futebol português) e Reginaldo Nascimento. Depois, na Libertadores, a primeira tentativa – esta totalmente frustrada – de escalar três zagueiros.
Com o fracasso, Lopes voltou a colocar Nascimento como quarto-zagueiro, desta vez com Miranda. Ambos seguiram como titulares até o final de 2004 – o capitão só saiu por causa das lesões. No final do brasileiro, o treinador retomou o esquema com três na defesa, colocando Flávio ao lado dos outros dois. Alexandre e Vágner eram os suplentes imediatos. "Ano passado, se não tomássemos três gols do Criciúma na última rodada, nós teríamos conseguido uma média menor de um gol sofrido por jogo", lembra o goleiro Fernando. Foi este sistema, o 3-5-2, que entrou 2005 como o preferencial.
Passaram-se alguns jogos do paranaense e Lopes, para encaixar no time Reginaldo Vital, Luís Carlos Capixaba e Marquinhos, puxou Nascimento para o meio e ficou só com dois zagueiros. Com Flávio lesionado (ele deve voltar aos treinos na próxima semana), Miranda e Alexandre tornaram-se os titulares – e apesar de tantas mudanças o Coxa conseguiu ter uma zaga estabilizada. E não só no miolo, mas também nas laterais, onde Rafinha, Jucemar, James, Adriano e Ricardinho já jogaram, e Rubens Júnior espera uma chance.
Para Fernando, naturalmente a defesa é mais exigida em um brasileiro, mas o rendimento atual reflete o bom momento do grupo. "No momento em que o time pára de sofrer gols, o caminho dos bons resultados está aberto. E no futebol de hoje é cada vez mais difícil segurar os ataques", comenta o goleiro. "Nós precisamos manter essa média como está, de menos de um gol por partida, e se possível melhorá-la. Assim, vamos conquistar pontos em todos os jogos", completa.
O trabalho de todo o grupo é valorizado pelo goleiro. "Se não fosse a turma lá da frente, nós teríamos problemas", diz Fernando. "Uma boa marcação dos homens de meio e ataque é o primeiro passo para as vitórias", complementa Antônio Lopes. E ai de quem não fizer a sua parte. "Quando há uma falha, eu já reclamo com todo mundo. E o Nascimento, como capitão, também grita com a rapaziada", finaliza Fernando.
Direção diz que marketing funcionou
A Coordenação de Comunicação do Coritiba enviou duas mensagens eletrônicas respondendo à matéria de ontem sobre a saída do time de Maringá, voltando a Curitiba ou "adotando" Paranaguá na segunda fase do campeonato paranaense e na Copa do Brasil. Nas mensagens, há a prestação de serviços do marketing alviverde nas duas séries de ações realizadas na Cidade Canção, em relatórios enviados para a diretoria do Coxa e para um de seus patrocinadores.
A mensagem também anuncia a última ação do clube (ao lado do patrocinador), prevista para os dias que antecedem o confronto com o Roma. A principal iniciativa será a visita a dez escolas da rede pública, atingindo 2.500 jovens e cem professores. Segundo o relatório, estas visitas terão a cobertura da imprensa local e do departamento de comunicação da prefeitura de Maringá. Participarão, além dos integrantes do marketing do Coxa, membros da torcida Império Alviverde e do movimento independente CoriAção.
No texto explicativo, a Coordenação de Comunicação do Coritiba afirma que os resultados das ações em Maringá não serão vistos agora. "A conquista da simpatia dos maringaenses se faz passo a passo, a médio prazo. Estamos fazendo o máximo para que isso aconteça. Só o tempo poderá provar se as sementes que plantamos darão frutos. Temos certeza e esperança de que isso aconteça… E surpreenda muita gente. Atenciosamente, equipe da Comunicação."
Luís Carlos pode jogar no domingo
Luís Carlos virou o ‘antagonista’ da vez, foi afastado do elenco por indisciplina (ao lado do reserva Nunes) e suspenso por cinco dias. A suspensão termina hoje, e por incrível que pareça ele pode até aparecer na partida do final de semana contra o Roma, em Maringá. A escassez de atacantes pode obrigar o técnico Antônio Lopes a escalar o jogador que ele mesmo pediu para ser dispensado da concentração em Maringá.
Isto porque o Cori tem apenas dois jogadores de área em seu grupo – além de Luís, o centroavante Negreiros. Como ele está suspenso (foi expulso contra a Adap), Lopes se viu sem atacantes de ofício para enfrentar a equipe de Apucarana. O Delegado conta apenas com Marciano, Marcelo e Laércio no grupo, neste momento.
O centroavante não esteve ontem no CT da Graciosa porque estava cumprindo o último dia de sua suspensão -cinco dias que serão descontados de seu salário, além da multa nos vencimentos e do pagamento dos danos causados em Maringá.