O Atlético tem motivos de sobra para comemorar a boa atuação no fim de semana. Além de ganhar do Palmeiras -quebrando o tabu de nunca ter vencido o Verdão em São Paulo e subir na classificação, afastando-se da zona de rebaixamento -, o time paranaense não sofreu gols, o que ainda não havia acontecido no Brasileirão.
A boa postura defensiva da equipe tem a mão do treinador Antônio Lopes e também se deve a eficiente estréia do zagueiro Gustavo. Todos estes fatores dão tranqüilidade para uma semana de trabalho com objetivo de vencer o Paraná, na Vila Capanema, no próximo sábado.
Nas seis rodadas anteriores, o Rubro-Negro teve suas redes balançadas pelo adversário por dez vezes, seis delas na Arena (quadro), com a zaga formada pelas duplas Danilo e Marcão e, posteriormente, Danilo e João Leonardo. Contra o Palmeiras, o Atlético apresentou um sistema defensivo bem postado, com todos os setores do campo marcando. A cartilha do professor Lopes, na qual todos os jogadores devem marcar ou ocupar espaços impedindo a progressão do adversário, foi seguida à risca. Sem espaço para trabalhar a bola, o Verdão se perdeu no Palestra Itália e errou muito. Nas vezes em que ameaçou o gol atleticano, lá estavam os zagueiros Gustavo e Danilo e o bom goleiro Guilherme para impedir qualquer façanha palmeirense.
Gustavo foi a grata surpresa do jogo. Esquecido por Vadão, o zagueiro teve uma destacada apresentação e espera se firmar na equipe titular. ?Estou muito contente. Espero ter oportunidade de continuar e fazer boas partidas. Trabalho forte todo dia no CT, sempre pensando em ter oportunidade e, graças a Deus, pude fazer uma boa partida?, comentou. Gustavo só soube que ia atuar como titular momentos antes do jogo quando o departamento médico vetou João Leonardo.
Sem chances
Gustavo Lazzaretti de Araújo é curitibano, tem 23 anos, e foi contratado pelo Furacão em setembro do ano passado. Iniciou sua carreira no Malutrom (J. Malucelli) em 99 e permaneceu até 2003, quando transferiu-se para o futebol europeu. Primeiro, defendeu o Chelsea B (Inglaterra) e depois, Udinese e Treviso (Itália). Nesse intervalo, foi contratado em 2004 pelo Botafogo (RJ).
No Atlético, não teve muitas chances com Vadão. Em 2007, foi escanteado para o Atlético B e disputou sete partidas pelo Estadual, sob o comando de Ivo Secchi, no começo do ano. Antes de enfrentar o Palmeiras, sua última partida tinha sido em 7 de fevereiro, contra o Paranavaí. Depois, jogou apenas o amistoso internacional contra FC Dallas, nos Estados Unidos, em 31 de março.
O retorno como titular aconteceu no fim de semana e, devido à boa atuação, deve ter colocado dúvida na cabeça do Delegado na disputa por uma vaga no time que enfrenta o Paraná, no próximo sábado.
A peneirada de Lopes, que terá continuidade hoje, tem sido responsável por surpresas para o torcedor. Na semana passada, Lopes ressuscitou o volante André Rocha, que fez um jogo razoável contra o Fluminense. Desta vez, as novidades foram os retornos de Cristian, Michel e Gustavo.
Hoje é a última etapa do vestibular do Delegado
Foto: Divulgação |
Atlético encara o Joinville, na inauguração da segunda fase da Arena local. |
Hoje é o último dia da peneirada de Antônio Lopes. Os jogadores que têm sido pouco aproveitados nos jogos do Brasileirão vão participar, nesta noite (20h30), de um amistoso contra o Joinville, em Santa Catarina. A partida marca a inauguração da segunda fase do Estádio Arena Joinville, que teve sua capacidade aumentada de 15 para 22,4 mil torcedores e no qual foram gastos mais R$ 5,5 milhões em obras. A festa será promovida pela Prefeitura e pelo clube catarinense. O Rubro-Negro viaja hoje às 17h.
O amistoso contra o Joinville é o último teste do Delegado para avaliar o grupo de jogadores. Atualmente, o elenco é formado por cerca de 40 atletas e o objetivo do treinador é trabalhar com no máximo 30 jogadores.
?É improdutivo trabalhar com um grupo grande. Fizemos um planejamento para desinchar e formatar o grupo principal. Na quarta-feira (amanhã) encerra o período de testes?, explicou Lopes. Os jogadores que não forem aproveitados deverão treinar separado dos demais ou serão colocados em negociação.
A partir de amanhã, também, o técnico atleticano começa a dar oportunidade aos juniores. ?Vamos fazer um intercâmbio com os juniores para conhecê-los. Serão realizados coletivos e quem tiver bom aproveitamento pode subir?, explicou o Delegado.
Joinville
O amistoso também é preparatório para a equipe catarinense que, a partir de julho, inicia a disputa na Série C do Brasileirão e está no grupo 16, juntamente com Adap Galo, e os gaúchos Caxias e Esportivo. O Joinville é treinado pelo ex-técnico do Coritiba, Guilherme Macuglia, que assumiu na quarta-feira passada. No sábado, o JEC enfrentou o J. Malucelli, em seu CT, e venceu por 1 a 0.
Antes da partida contra o Furacão, o Tricolor catarinense vai receber a taça ?Prefeito Marco Antônio Tebaldi?, pela conquista da Divisão Especial do Campeonato Catarinense.
Semana de clássico é assim
A boa campanha na Série A, aliada à rivalidade que se acirrou no último Estadual -no qual o Paraná desclassificou o Atlético, na semifinal, em plena Arena – já são fatores suficientes para que se crie a expectativa de um aguerrido clássico no próximo sábado. No entanto, para incrementar ainda mais o clima, o presidente do Paraná Clube deu declarações que repercutiram mal entre os rubro-negros e foram encaradas como provocação. Após a vitória do Tricolor contra o Sport, ao ser indagado sobre a carga de ingressos que será destinado ao Atlético, José Carlos de Miranda falou: ?Historicamente a torcida deles (Atlético) não vem aos jogos na Vila Capanema.
Vai sobrar espaço no local reservado para eles. Mas serão em torno de 2.300 a 2.500 ingressos colocados à disposição?, cutucou o dirigente tricolor. Ontem foi confirmado que serão colocados à venda 2.100 ingressos ao valor de R$ 40,00. A afirmação virou notícia em sites da torcida atleticana e deve provocar mobilizações contrárias. Para o vice-presidente da torcida organizada ?Os Fanáticos?, maior torcida organizada rubro-negra, Juliano Rodrigues, o que afasta o torcedor atleticano é o valor do ingresso cobrado, que é fora da realidade diante das condições do estádio.
?Para ir na Vila e não ter conforto, o preço do ingresso é exorbitante. Deveria ser cobrado o mesmo valor que a diretoria cobra do torcedor do Paraná. Mas para torcida organizada não tem que ter frescuras mesmo, e por isso ela será representada no estádio?, comentou.
Juliano considera as declarações do presidente Miranda infelizes. Segundo ele, a ausência de torcedores atleticanos na Vila é porque o Atlético não tem rivalidade com o Paraná. ?Não é clássico que chama a atenção do torcedor. A rivalidade em nosso Estado é com o Coritiba. O Paraná é a 3.ª força?, finalizou.