A Agência de Fomento não vai facilitar a vida do Atlético em relação ao pagamento do empréstimo de R$ 138 milhões que o clube reivindica para investir nas obras na Arena da Baixada. A instituição, que fará a operação junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para repassar ao clube, foi categórica quanto às orientações e também às garantias necessárias para que o recurso seja liberado. Submeter-se a risco de calote ou perdão da dívida, como sugerira o secretario estadual para assuntos da Copa do Mundo, Mário Celso Cunha, conforme matéria e vídeo divulgados pelo jornal Gazeta do Povo no final de semana, está fora de cogitação, segundo nota divulgada ontem pelo organismo financeiro.
De acordo com a Agência de Fomento, o Furacão será submetido a todas as regras como qualquer outra instituição que pretende tomar um empréstimo. “Assim, como toda e qualquer operação do gênero, o possível financiamento para conclusão do Estádio Joaquim Américo somente será concretizado se todas as exigências legais, bem como todos os requisitos da boa prática bancária, forem rigorosamente cumpridos, sob a pena de não realização, fazendo com que uma eventual hipótese de inadimplência, inerente a toda e qualquer operação de crédito, esteja devidamente lastreada e habilitada para pronta execução e liquidação”, diz trecho da nota.
Dessa maneira, o caminho de pedras que o Rubro-Negro tem trilhado recentemente para obter o financiamento pode se tornar mais moroso ainda. O clube busca uma alternativa financeira desde julho do ano passado e ainda não conseguiu.
Antes mesmo de as declarações de Mário Celso Cunha virem à tona, as exigências já eram grandes e o potencial construtivo (avaliado em R$ 92 milhões) que era considerado suficiente para a liberação do empréstimo, foi tratado como insuficiente pelo BNDES. Com isso, o clube teve de envolver o CT do Caju, decisão tomada na semana passada, contrariando promessa de campanha do presidente Mário Celso Petraglia: de que o patrimônio do clube não seria colocado em risco.
O Atlético busca um empréstimo para pagar em 15 anos, sendo três deles de carência. Na nota, a Agência de Fomento assegurou estar tomando todos os cuidados necessários e exigidos pelo Banco Central para fazer o financiamento. Ressaltou ainda que sob qualquer desconfiança pode suspender o processo que está em andamento.
