A pergunta é: onde mais se pode ver em ação 21 atletas que já passaram pela seleção brasileira, do que no quinto jogo da final da Superliga Masculina de Vôlei (5/6), entre Telemig Celular/Minas (MG) e Cimed (SC)? Só mesmo na quinta partida da final da Superliga Feminina, entre Rexona-Ades (RJ) e Finasa/Osasco (SP), que contará com 25 jogadoras que já defenderam o Brasil em competições internacionais.
Às 10h deste sábado, será disputada a final masculina, no Ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte, com transmissão ao vivo da TV Globo. No domingo, no mesmo horário, será a vez da decisão feminina, no Ginásio do Caio Martins, em Niterói (RJ), também com transmissão ao vivo da TV Globo.
O quinto jogo da final da superliga masculina, que apontará o campeão da competição, é um duelo entre jogadores da nova geração do vôlei brasileiro. Estão inscritos nas duas equipes 20 atletas com passagem pelas seleções de base, entre eles seis que defenderam o Brasil no ano passado. Sem falar nos jovens pontas Samuel e Minuzzi, do Telemig Celular/Minas, convocados para a seleção adulta em 2005.
Além deles, destacam-se os levantadores Bruno Rezende, da Cimed, e Luizinho, do Telemig Celular/Minas. Juntamente com o oposto Ígor, da equipe mineira, eles foram vice-campeões mundiais juvenis de 2005. Já o meio-de-rede Deivid e o oposto Wanderson, do Telemig Celular/Minas, foram vice mundiais com a seleção infanto-juvenil, também no ano passado.
As ofertas superiores do mercado internacional fizeram com que os valorizados jogadores da seleção adulta fossem para o exterior. Com isso, houve a possibilidade de renovação, como atesta o técnico da Cimed, Renan Dal Zotto. "Com a saída de alguns jogadores, abriu-se uma brecha para o surgimento de novos valores. Nesta superliga, tivemos jovens atletas que se destacaram e souberam aproveitar a oportunidade que surgiu", diz o medalhista de prata olímpico de Los Angeles/84.
O ponta Samuel, campeão da liga mundial no ano passado, elogia o surgimento de novos talentos. "Prefiro permanecer aqui no Brasil por mais alguns anos. Tenho que adquirir bastante experiência. Enquanto jogadores mais experientes estão lá fora, ao mesmo tempo são revelados, por aqui, caras novos com grande potencial. É o caso do Bruninho (Cimed), que tem feito uma grande superliga, e do Thiago Alves (Bento Vôlei). É a renovação natural do voleibol brasileiro", afirma o jogador, de 21 anos.
No mercado feminino, ocorreu o contrário. O Brasil conseguiu manter seus talentos com ofertas superiores às das equipes estrangeiras. Afinal, Rexona-Ades e Finasa/Osasco, somados, contam com 18 jogadoras com passagem pela seleção adulta. Deste total, dez participaram da conquista de pelo menos um dos seis títulos da seleção feminina em 2005 – cinco do time carioca e cinco da equipe paulista. Além disso, há quatro jogadoras campeãs mundiais juvenis no ano passado e duas que conquistaram o mundial infanto-juvenil.
A levantadora Carol, do Finasa/Osasco, que conquistou seis títulos com a seleção adulta feminina no ano passado, é uma das que notam a renovação também no feminino. "Temos uma geração muito promissora vindo aí, com jogadoras como Joycinha (Fiat/Minas) e Natália (Ol/Macaé).
Com quase todas da seleção adulta aqui, continuamos percebendo a renovação", diz.
A oposto Renatinha, do Rexona-Ades, diz que a presença de jogadoras da seleção é boa para incentivar a torcida. "Às vezes não falta oportunidade ou proposta para sair do Brasil. Nós preferimos ficar mais tempo aqui, para ganhar mais experiência. É preciso amadurecer antes de ir para o exterior. É bom ver as atletas da seleção em uma competição como a superliga. O torcedor pode vibrar com as jogadoras que ele está acostumado a ver defendendo o Brasil", diz Renatinha.