O técnico Dunga em breve poderá começar a pensar no time que vai disputar os dois primeiros jogos das Eliminatórias para a Copa de 2018. A Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) vai anunciar nesta sexta-feira se Neymar poderá jogar as duas primeiras partidas pelo Brasil. Nesta quinta-feira, advogados da CBF defenderam o caso em uma audiência no máximo tribunal esportivo, que fica em Lausanne, na Suíça.

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Matthieu Reeb, secretário-geral da CAS, garantiu à reportagem do Estado que a decisão será tomada com “maior urgência”. “O Brasil precisa saber se pode ou não contar com Neymar para as partidas”, disse.

O jogador foi suspenso durante a Copa América no Chile e, naquele momento, a CBF optou por não recorrer da punição. Ele pegou quatro jogos de punição depois de se envolver em uma briga com jogadores da Colômbia e insultar o árbitro.

Metade da suspensão já foi cumprida no próprio torneio. Mas, se ela for mantida, ele perderia os jogos dos dia 8 e 13 de outubro, contra Chile e Venezuela. Essas serão as duas primeiras partidas do Brasil na busca por uma vaga para a Copa de 2018.

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Na audiência desta quinta-feira, a CBF enviou os advogados Pedro Fida e Marcos Motta para defender que a suspensão de Neymar possa ser cumprida na Copa América, e não nas Eliminatórias. A audiência também contava com um representante da Fifa. Mas a Conmebol, que foi a entidade que puniu o jogador, não enviou nenhum representante.

“Ninguém questiona a suspensão, mas sim o momento de sua aplicação”, disse Reeb.

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Os advogados da CBF apontaram para a importância de Neymar para o time brasileiro e insistiram na tese de que o torneio da Conmebol precisa ser considerado como dono das suas próprias regras. A Copa América, segundo eles, sequer faz parte do calendário oficial da Fifa. Para os advogados, o caso vai além da pessoa de Neymar e pode redefinir a relação da entidade máxima do futebol com as confederações regionais.

Já os advogados da Fifa insistiram que não se poderia questionar a hierarquia da estrutura do esporte mundial, sob o risco de ver uma ruptura nas regras do esporte. Numa avaliação realizada ainda em julho, a entidade indicou que a suspensão teria de ser aplicava já nas Eliminatórias.

Durante quatro horas, o caso foi avaliado por três juízes: o grego Sofoklis Pilavios, o britânico Phillip Sands e o suíço Marco Bolmeli, que devem anunciar a decisão até esta sexta-feira.

Já o senador Romário atacou a CBF e culpou a ausência de Marco Polo Del Nero, presidente da entidade, na Copa América pela punição recebida pelo jogador. Del Nero não viajou sob a ameaça de ser questionado ou até preso no caso envolvendo as suspeitas de corrupção no futebol.