Durante quatro edições seguidas dos Jogos Pan-Americanos, o nado sincronizado do Brasil foi medalhista de bronze no dueto e por equipes. A tradição chegou ao fim em Toronto, com o quarto lugar nas duas disputas. Apesar do fracasso no Pan, o governo federal resolveu recompensar o dueto brasileiro, oferecendo a Duda Minucci e Luisa Borges a Bolsa Pódio, benefício exclusivo a atletas que, no entender do governo e da respectiva confederação, podem chegar à medalha em 2016.
Mas o Brasil não tem nenhuma possibilidade de chegar sequer perto do pódio nos Jogos Olímpicos do Rio no nado sincronizado. Após o bronze no Pan de 2011, Nayara Figueira e Lara Teixeira ficaram em 13.º na Olimpíada de Londres, repetindo o resultado do ciclo olímpico anterior. Em Atenas-2004, o Brasil ficou no 12.º lugar.
Em 2013, quando o governo já oferecia Bolsa Pódio aos atletas com condições de brigar por medalhas na Olimpíada, Lorena Molinos e Giovana Stephan ficaram no 13.º lugar do Campeonato Mundial. Mesmo entre as 20 melhores do mundo, não passaram a receber a Bolsa Pódio. No ano passado, perderam o posto de titulares do dueto.
Agora, o benefício será oferecido a Duda e Luisa, que nunca disputaram um Campeonato Mundial de nado sincronizado. Duda é neta do presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, no cargo desde a década de 1980.
Além delas, também passam a ter direito ao Bolsa Pódio, após publicação em Diário Oficial nesta sexta-feira, o halterofilista Mateus Gregório Machado (prata no Pan, sem chance de medalha na Olimpíada), Josiane Lima, Talisca Reis (ambas do tae kwon do), Juliana e Larissa. As respectivas parceiras das jogadoras de vôlei de praia já eram beneficiadas.