De volta, Tcheco pode renovar com o Coritiba

O desfecho está próximo. A expectativa da diretoria do Coritiba é renovar ainda esta semana o contrato do meio-campista Tcheco. Ele já voltou do período de descanso em Santa Catarina e chega com a responsabilidade de dar o caminho para a sua negociação de renovação de contrato. Como o desejo dele é permanecer no Alto da Glória, é quase certo que ele assine até amanhã.

A presença de Tcheco era fundamental, mais ainda quando as negociações entre o Coritiba e o empresário Ruy Gel (procurador do atleta) emperraram, logo após a reunião de terça-feira da semana passada. A primeira proposta coxa não agradou Gel, que saiu dizendo que dificilmente Tcheco ficaria. Mas o tempo se encarregou de aparar as arestas e, depois de uma segunda proposta coxa, os dois lados se aproximaram de um acerto.

Enquanto isso, o Coritiba começava a trabalhar a permanência de Tcheco junto ao Malutrom, que detém 50% dos direitos esportivos do jogador. ?O relacionamento entre os dois clubes é ótimo, e sei que não teremos problemas?, reitera o secretário Domingos Moro. Como nenhuma proposta feita por clubes brasileiros e europeus agradou o time de São José dos Pinhais, o Cori teria caminho livre para renovar com o meio-campista.

Agora só falta Tcheco dar a palavra final. ?Se eu pudesse, falaria com ele já. Mas não vamos também precipitar as coisas?, afirma Moro. ?Queremos conversar com ele e definir o que já acertamos com seu procurador. E tenho certeza que o desfecho será feliz para ele, para o clube, e para a torcida, que continuará tendo um de seus ídolos vestindo a camisa coxa?, finaliza o dirigente.

Propostas

Atlético-MG ou Flamengo? Seja o que for, a diretoria do Coritiba não muda seus planos em relação à negociação do meio-campista Lúcio Flávio. O procurador Ney Santos teria sido procurado por empresários ligados aos clubes, que teriam interesse em levá-lo. Mas, mesmo assim, os dirigentes do Cori não se dizem preocupados.
O time mineiro é o que reuniria mais condições de levar Lúcio Flávio. Afinal, a indicação partiu do técnico Geninho, que trabalhou com o meio-campista no Paraná. E, por sinal, Lúcio sempre declarou admirar o treinador, mesmo às vésperas do confronto do Coritiba contra o Atlético-MG (vencido pelos mineiros por 3 a 1).

O convite do Flamengo não empolga tanto como em anos anteriores. O time carioca segue em estado de penúria, e o exemplo de Liédson ecoa para outros jogadores – o ex-coxa recebeu apenas um dos seis meses de salário a que tem direito, e exige a quitação de todos os vencimentos para iniciar conversas para uma possível renovação.
Por isso, a diretoria alviverde segue calma. ?Isso é normal nesse momento de entressafra. Muitas equipes demonstram interesse em jogadores do Coritiba, mas daí para realizar uma proposta é uma distância muito grande?, afirma Domingos Moro. ?Vamos continuar aguardando o posicionamento do Ney Santos para ver o que ele pretende?, completa.

Coxa acaba com “sócio” mas promete vantagens

A mais bem-sucedida promoção do Coritiba neste ano não será mais repetida. Apesar do bom número de torcedores que se inscreveram no projeto Sócio-Torcedor (que mais tarde virou Sócio Colaborador), a diretoria alviverde decidiu encerrar a campanha em 2002. A proposta da direção é dar outros tipos de vantagens no ano que vem, intimamente ligados ao Coritiba Futebol S/A.

O projeto foi lançado no início do ano, servindo como complemento de renda para o clube, e um tremendo benefício para o torcedor que, pagando R$ 12,00 por mês (metade desse valor para menores, mulheres e estudantes) tinha acesso livre a todos os jogos realizados no estádio Couto Pereira. “Foi realmente uma iniciativa vencedora”, comenta o presidente Giovani Gionédis.

Tanto foi o sucesso que nos melhores momentos do Cori (no início da Copa Sul-Minas e na boa fase do Brasileiro), mais de oito mil pessoas estavam credenciados como sócios-torcedores, dando uma renda que se aproximava dos cem mil reais mensais. “Na média, conseguimos ter quatro mil pessoas pagando mensalmente, o que foi uma ajuda significativa”, diz Gionédis.

E o projeto também abriu uma pequena ferida na economia interna do clube. Em um dos momentos de maior penetração do projeto junto à torcida, o conselheiro e ex-dirigente Florival de Matos Mariano anunciou a intenção de ir à Justiça pedir royalties sobre o nome “sócio-torcedor”, que ele afirmava ser de propriedade dele. Para evitar maiores conseqüências, a diretoria mudou o nome do projeto para “Sócio Colaborador”, e foi com esse nome que a promoção foi relançada às vésperas do campeonato brasileiro.

Os sócios-torcedores ganharam tanto status que durante o Brasileiro tiveram liberado o acesso a todo o setor de arquibancada – no primeiro semestre, eles ficavam apenas na curva de entrada do estádio, na rua Amâncio Moro. Além de colaborarem com o Cori, eles tinham o privilégio de não encarar as filas e de, por isso, não terem pressa para chegar ao estádio, mesmo em jogos de maior apelo. A resposta deles era “física”: não deixaram de comparecer ao Alto da Glória, até quando a equipe vivia a má fase de seis derrotas seguidas.

E, mesmo com tudo isso, a diretoria decidiu encerrar o projeto. “Acho que teremos outras promoções no ano que vem”, despista o presidente coxa. A intenção da diretoria é incentivar a associação dos torcedores ao Cori S/A, mas Gionédis não quis adiantar que iniciativa seria essa. “Só posso dizer que daremos um doce aos nossos acionistas. E eles serão os que vão salvar o Coritiba”, finalizou.

Acerto

O projeto Cori S/A está sob avaliação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado acionário no Brasil. “É um processo que demora, e que necessita de muitas aprovações”, explica Giovani Gionédis. O clube colocará no mercado (provavelmente até março de 2003) até 49 milhões de ações ordinárias, todas no valor unitário de um real.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo