A realidade do basquete brasileiro tem se mostrado cruel para o curitibano Rafael Paulo de Lara Araújo, mais conhecido nas quadras como Baby, ex-jogador de Utah Jazz e Toronto Raptors, da NBA. Estrela da recém-lançada Liga Nacional de Basquete (LNB), o pivô do Flamengo, de 28 anos, não esconde o choque que tem sido participar de sua primeira competição como profissional no Brasil.

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“Fiquei chocado com a falta de profissionalismo no tratamento dado ao basquete”, confessou o jogador. Baby estava fora do País desde 2000, quando foi estudar e jogar basquete no Arizona, no Meio-Oeste dos Estados Unidos.

De lá, seguiu para a tradicional universidade BYU, em Utah. Suas atuações impressionantes (média de 18 pontos e dez rebotes por jogo) o credenciaram para a primeira rodada do draft da NBA, em que foi escolhido pelo Toronto Raptors.

Ele atuou por duas temporadas no Canadá, não rendeu o esperado e transferiu-se para o Utah Jazz, já no campeonato 2006/2007. Após mais um ano, deixou os Estados Unidos e partiu para o Spartak de São Petersburgo, na Rússia. Foi o terceiro maior reboteiro do campeonato nacional, com média de 7,8 por partida. Mas, com uma lesão de joelho, rescindiu contrato com os russos e fechou com o Flamengo em dezembro.

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“Quando vim para o Brasil, já sabia que teria de ter paciência. Só para assinar meu contrato esperei um mês e meio. Uma novela que nunca enfrentei na carreira”, relatou. “Aqui tem carência de material e de estrutura. Poxa, eu passo dez anos longe do País e, quando volto, a infraestrutura é tão ruim quanto antes!”

O pivô, de 2,11m de altura e 125 quilos, já sabe que terá problemas para receber seus salários em dia. “Todos sabem que o Flamengo atrasa salários. É preciso ter um pouquinho mais de profissionalismo porque o time é o atual campeão nacional, mas passa por situações como essas”, alfinetou.

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Por muito pouco Baby não ficou sem clube neste ano. Dias após assinar com o time carioca, os jogadores ameaçaram entrar em greve por causa dos atrasos nos pagamentos. A situação foi contornada, mas o curitibano não se conteve.

“Havia um mês que treinava no Flamengo e houve a confusão da ginástica, seguida do problema dos salários do basquete. Fiquei chocado e nervoso porque os ginastas participaram de Olimpíadas e tiveram aquele tratamento”, disse, citando a dificuldade para manter os ginastas olímpicos Diego Hypólito, sua irmã, Daniele, e Jade Barbosa. “Foi um momento difícil para todos, mas nós, atletas, não temos como controlar essas coisas. Temos de manter a concentração no esporte, que foi a carreira que escolhemos”.