Ao lado de Buffon e Pirlo, De Rossi é um dos três remanescentes do título mundial conquistado na Alemanha em 2006. Mas se seus dois companheiros tiveram participação decisiva naquela Copa – o goleiro sofreu apenas dois gols em sete jogos, sendo um contra e o outro de pênalti, e o volante foi eleito pela Fifa o melhor em campo em três partidas -, ele ficou mais tempo fora do que em ação. Quatro anos depois, na África do Sul, fez parte do naufrágio na primeira fase. E agora, aos 30 anos (completa 31 no fim de julho), tentará ter papel de destaque numa grande campanha da Azzurra.

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De Rossi era titular em 2006, mas no segundo jogo, contra os Estados Unidos, foi expulso por dar uma cotovelada num adversário e pegou quatro jogos de suspensão. Pôde voltar na final contra a França, e o técnico Marcello Lippi não hesitou em escalá-lo. E quando o lateral-esquerdo Grosso converteu o pênalti que transformou a Itália em tetracampeã a sua redenção se consumou.

Aquela não foi a única vez que o pavio curto criou problemas para o volante da Roma. A mais recente ocorreu em março, quando pegou três jogos de gancho no Campeonato Italiano por ter dado um soco no atacante Icardi, da Inter, em clássico disputado na capital italiana. O castigo foi ampliado por Cesare Prandelli, que não o incluiu na lista de convocados para o amistoso disputado poucos dias depois contra a Espanha em Madri (derrota por 1 a 0).

O técnico o puniu para deixar claro que não abre mão da disciplina – ano passado cortou o atacante Osvaldo da Copa das Confederações por ele ter se recusado a receber a medalha de vice-campeão da Copa da Itália com a Roma, depois de perder a final para a rival Lazio -, mas em nenhum momento pensou em excluí-lo do grupo. Prandelli sabe que não é fácil encontrar um volante com as qualidades de De Rossi.

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Com 15 gols, ele é o meio-campista que mais balançou a rede na história da seleção italiana. A maioria deles foi feita de cabeça, em jogadas de bola parada. E ele também é perigoso em chutes de fora da área.

Além de ser útil no ataque, De Rossi é um leão na marcação e ajuda muito na saída de bola, porque passa bem e enxerga o jogo. Não é um Pirlo, claro, mas é superior à maioria dos jogadores de sua posição.

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No esquema que Prandelli usará no Mundial, o volante terá missão dupla. Quando a Itália for atacada ele recuará para se tornar um terceiro zagueiro, posicionado entre Barzagli e Chiellini. Quando a equipe estiver de posse de bola, ele se apresentará para o jogo e ajudará Pirlo e Verratti a servir os homens mais adiantados.

FIDELIDADE – De Rossi é jogador de uma camisa só. Está na Roma desde que tinha 16 anos e é chamado pelos torcedores de “capitão futuro”, porque com certeza herdará a faixa de capitão de Totti – se é que um dia o craque vai se aposentar, porque continua jogando em alto nível aos 37 anos e está motivado para continuar jogando.

Pela Azzurra, ele tem um título mundial, um vice europeu (em 2012), um bronze olímpico (em Atenas/2004) e o terceiro lugar na última Copa das Confederações. Neste domingo, em Volta Redonda, no amistoso com o Fluminense, completará 96 partidas pela seleção, o que significa que pode chegar à centésima durante o Mundial – se a equipe superar a primeira fase, atingirá a marca no confronto das oitavas de final. Desde que controle os nervos e não faça nenhuma bobagem como fez na Copa de 2006.