Darci está insatisfeito no Paraná Clube

Goleiro prata da casa não quer ficar revezando o banco de reservas com Marcos Leandro.

Polêmica a vista. Um rodízio estabelecido pela comissão técnica foi, para o goleiro reserva Darci, a gota d?água. Vendo seu espaço diminuir, ele se rebelou e pretende ficar apenas treinando no Paraná Clube enquanto aguarda uma negociação. ?Não critico a decisão do Lori Sandri. Só que não sou de me acomodar e prefiro trocar de ares?, disparou o goleiro. A insatisfação de Darci vem de longa data.

No início do ano, ele vislumbrou a possibilidade de assumir a condição de titular. Poucos dias antes do estadual, Flávio renovou contrato e o prata da casa perdeu a camisa 1. Desde então, o relacionamento entre ambos deixou de existir. Mesmo treinando lado a lado, Flávio e Darci não se falam e não trocam informações. Conversam apenas o necessário e em meio a este clima esteve sempre o treinador de goleiros Jair Leite.

Visto como o futuro goleiro titular do clube, Darci se cansou de esperar. ?Já tenho 25 anos. Preciso jogar?, afirmou. ?Nunca desisti da camisa 1 e passei a trabalhar ainda mais, esperando uma oportunidade. Só que esse revezamento foi uma ducha fria.? Para Darci, aceitar o rodízio representaria ficar ainda mais distante do objetivo final: assumir a condição de titular.

?Não tenho nada contra o Marcos Leandro, mas estou no clube há muito tempo e isso não foi respeitado?, disse. Catarinense de Guaramirim, Darci está no Paraná desde 1996 e no final de 1999 foi promovido para o grupo principal. Com contrato até janeiro de 2007, espera ter sua saída facilitada. ?Preciso recuperar a motivação. Pois vejo que aqui, quanto mais trabalho, mais o meu espaço diminui?.

A diretoria do clube, informada da situação, confirmou que não colocará obstáculos para a eventual saída de Darci. ?Só que até o momento, não recebemos nenhuma proposta. O Darci é um goleiro muito bem remunerado e isso pode inibir muitas equipes de menor expressão?, comentou o vice de futebol José Domingos. ?Não queremos atrapalhar a carreira de ninguém.? O dirigente disse que irá consultar o departamento jurídico do clube diante da negativa do jogador em aceitar o rodízio. ?No contrato, não diz nada que ele é segundo ou terceiro goleiro. Como funcionário, ele deveria acatar as decisões da comissão técnica?, ponderou Zé Domingos.

Recentemente, o clube liberou o goleiro dos juniores Júlio César, coincidentemente, irmão de Darci. O jogador, que não aceitara o reajuste salarial oferecido pelo clube, entrou com ação na Justiça do Trabalho e foi derrotado. Mesmo assim, o clube fez acordo com o atleta, que pagou uma quantia não revelada pela sua liberação. Darci não pretende seguir esse caminho e espera propostas. ?No início do ano, surgiram algumas sondagens. Vamos retomar contatos a partir de agora?, finalizou o goleiro.

STJD absolveu o zagueiro Aderaldo

Por unanimidade – quatro votos a zero – o zagueiro Aderaldo foi absolvido da acusação de agressão contra o meia Juninho Paulista. Foi mais uma vitória do departamento jurídico do clube, que no início da semana já absolvera o técnico Lori Sandri e o lateral Neto. Todos os casos ocorridos no jogo frente ao Palmeiras, disputado no mês passado, quando o tricolor obteve sua única vitória, até aqui, neste campeonato brasileiro.

Aderaldo foi denunciado no artigo 253 do CBJD com base nas imagens solicitadas pelo procurador do tribunal, pois não havia sido sequer advertido pelo árbitro carioca Luiz Antônio Silva Santos. O caso ganhou repercussão pelo fato de Juninho ter perdido um dente na suposta cotovelada. Dentre as provas, a entrevista de Juninho Paulista à Rádio Transamérica foi decisiva, na análise do advogado Domingos Moro, que representou o atleta na sessão de ontem da 4.ª Comissão Disciplinar.

"O fato do Juninho ter isentado o jogador de culpa, considerando o lance casual, foi fundamental. Isso sensibilizou os auditores", comentou Domingos Moro. Aderaldo acompanhou o julgamento de perto e seu depoimento foi também importante no processo. "Nos bastidores, este time está jogando muito", brincou Moro, numa referência às vitórias obtidas ao longo da semana. "Afinal, foi goleada: 14×0". Também por unanimidade, haviam sido absolvidos Lori Sandri e Neto, na última segunda-feira. "É preciso destacar o caráter do Juninho, que com sua declaração sensata contribuiu para a absolvição de um companheiro de profissão", lembrou Moro.

O caso, no entanto, terá novo episódio num futuro próximo. Em casos de agressão – assim como nos de doping – há um segundo julgamento, desta vez no pleno do STJD, presidido por Luiz Zveiter. "Será outra batalha, mas a vitória inicial nos dá confiança para mais um resultado positivo", explicou Moro. Aderaldo, agora livre desta pressão, volta aos treinos na segunda-feira, visando o jogo frente ao Fortaleza, no próximo sábado. "Estou aliviado. Estava com a minha consciência limpa, mas uma situação como essa deixa qualquer um apreensivo", disse o jogador, assim que sua absolvição foi confirmada.

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