Rio de Janeiro – Os bons resultados nas duas últimas etapas da Copa do Mundo de Ginástica, em Glasgow (Escócia) e Ghent (Bélgica), mostraram que Daniele Hypólito conseguiu superar os problemas dos últimos três anos e, aos poucos, volta a ser a “Pequena Notável”.
Desde 4 de novembro de 2001, quando conquistou a inédita medalha de prata nos exercícios de solo, no Mundial realizado também em Ghent, Daniele experimentou as glórias do esporte e também seus dissabores, que culminaram com uma coadjuvante participação nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.
“Temos nosso destino traçado por Deus e não podemos mudar o que está escrito”, disse Daniele, de 20 anos, se referindo aos problemas que enfrentou. E as dificuldades foram várias. Com o feito de 2001, ganhou notoriedade, patrocínios e precisou escolher entre treinar em Curitiba com a seleção ou permanecer no Flamengo, onde tinha o mínimo em infra-estrutura. Tudo isso acabou refletindo na sua performance nas competições e os bons resultados foram escassos. “O importante é continuar. Tenho que pensar nas Olimpíadas de 2008 e, quem sabe, até a de 2012.”
Mas, ao desembarcar ontem no Rio, onde fez uma escala antes de seguir para Curitiba, Daniele trouxe três medalhas na bagagem. Foi uma de prata no solo e uma de bronze nas paralelas, obtidas durante a etapa de Glasgow, na semana passada, além de outra de prata na trave, ganha em Ghent, no domingo passado.
Essas conquistas refletem alguns dos obstáculos superados por Daniele, como a opção, em 2003, por treinar em Curitiba, na sede da Confederação Brasileira de Ginástica (CBGin). E, para amenizar os problemas de adaptação, comprou uma casa e levou a família para morar na capital paranaense.
Contribui ainda para o bom momento de Daniele o desempenho de seu irmão. Diego Hypólito também voltou ao Brasil com três medalhas conquistadas nas duas etapas da Copa do Mundo: duas de ouro, nos exercícios de solo, em Ghent e Glasgow, além de uma de bronze no salto, obtida na cidade belga.
Orçamento cresce 50%
A CBGin estimou em R$ 6 milhões o orçamento para 2005. O valor é 50% maior do que o montante usado pelo entidade este ano. Do total, R$ 1,8 milhão serão recursos da Lei Piva – o restante virá dos patrocinadores.
Com a verba, será possível aumentar o número de ginastas treinando no CT de Curitiba e permitirá a contratação de mais três técnicos estrangeiros. Um investimento de R$ 1,2 milhão também está previsto para o desenvolvimento de novos talentos.
Para 2005, a GBGin quer elevar esse número para 17 mulheres e dez homens, três ou quatro conjuntos de ginástica rítmica, além de selecionar mais dez homens para iniciar os treinamentos no trampolim.