Maior paratleta da história do esporte brasileiro, Daniel Dias realizou nesta sexta-feira, na piscina anexa do complexo Francisco Márquez, na Cidade do México, o último treino de preparação para o Mundial Paralímpico de Natação, que começa neste sábado. O astro fez a atividade ainda se ressentindo de dores no ombro direito, que começaram a incomodá-lo logo após a sua chegada ao país com a delegação brasileira, na última terça. Por causa do problema, ele foi submetido a mais uma sessão de fisioterapia.

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O experiente nadador de 29 anos, porém, minimizou a importância do fato em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, logo após terminar o tratamento desta sexta-feira. “Normalmente, a gente (atletas do Brasil) já faz fisioterapia de rotina, mas eu tenho sentido um desconforto do lado direito desde quando cheguei. Com viagem e horas de avião, eu acabei dormindo de mal jeito e o meu ombro está um pouco dolorido, mas hoje (sexta) foi o dia em que eu senti menos dores e posso dizer que foi mais uma fisioterapia de rotina mesmo”, revelou o nadador, para depois enfatizar: “Não é nada preocupante”.

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E este está longe de ter sido o único obstáculo enfrentado por Daniel Dias nos últimos meses em sua reta final de preparação para este grande evento. O forte terremoto ocorrido em setembro no México, causando centenas de mortes e muitos estragos na capital do país, adiou em mais de dois meses o início da competição e consequentemente alterou o seu plano de treinos traçado especificamente para o Mundial. Para completar, o nadador, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, amargou recentemente um problema inesperado que o obrigou a se afastar dos treinamentos por um curto, porém valioso, período.

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O astro paralímpico sofreu uma queda dentro do banheiro da universidade Mackenzie, onde leciona o curso de Tecnologia em Marketing. E o tombo lhe rendeu um corte na parte de trás da cabeça. “Eu acabei caindo no banheiro da faculdade, batendo com a cabeça, e tive de levar seis pontos. Por causa disso, fiquei 10 dias sem treinar”, revelou Daniel Dias, que é dono de nada menos do que 24 medalhas de ouros em Mundiais desde a sua primeira participação na competição, em Durban, na África do Sul, em 2006.

Apesar disso, Daniel Dias garante que ele e toda a delegação de 17 nadadores do Brasil no Mundial possuem boas condições para brigar por medalhas ou fazer um bom papel no México, onde o astro estará presente em sete provas, sendo quatro delas individuais e três de revezamento. Neste sábado, ele abre a sua participação no grande evento em disputa direta por um lugar no pódio nos 100 metros livre da categoria S5.

“Claro que ficamos chateados quando a competição foi adiada e por tudo o que aconteceu. É uma fatalidade, a gente sabe e entende, mas isso alterou o nosso cronograma, pois nós fizemos toda uma preparação de treinos voltada para aquele período do Mundial. E depois ainda sofri essa queda, levei pontos e fiquei 10 dias parado. Então tudo mudou, mas a gente está confiante na preparação que a gente fez para chegar aqui bem e vamos nadar para fazer o melhor a cada mergulho”, ressaltou.