Numa entrevista coletiva recheada de ataques a quem criticou o desempenho da seleção brasileira nos dois primeiros jogos na Copa do Mundo, Daniel Alves reservou o principal deles para defender o atacante Fred. Questionado sobre a opinião do ex-jogador inglês Alan Shearer, que hoje é comentarista da BBC, de que o centroavante do Brasil “joga a equipe para baixo e com dez jogadores”, o lateral-direito classificou a declaração como “babaca”.
“Esse é o comentário mais babaca que podemos escutar. Ainda mais sendo de alguém, que jogou futebol, que sabe como é, as dificuldades que temos. É uma pena para o futebol, uma falta de respeito. Isso diminui um companheiro de profissão, não é ético, digno de pena. Falo por ele, mas o recado é para outros futuristas. O jogador sabe como é difícil jogar”, disse Daniel Alves.
Defender Fred vem sendo algo recorrente aos jogadores da seleção nos últimos dias. Afinal, o atacante não fez gols nas duas primeiras partidas do Brasil na Copa – a vitória por 3 a 1 sobre a Croácia e o empate por 0 a 0 com o México – e teve atuações apagadas, especialmente no segundo duelo, em que ficou impedido diversas vezes.
Apesar disso, e do risco de perder a titularidade, Fred parece ainda ter o apoio dos jogadores da seleção, incluindo Daniel Alves, um dos líderes do grupo de Felipão. O lateral também demonstrou inquietação com críticas ao Brasil, que classificou como “barbaridades”, e pediu respeito ao sonho da equipe de conquistar o título.
“É até engraçado, mas sabemos os momentos que temos que nos expor para as pessoas, o momento de rir, trabalhar sério, ser um pouco mais duro. São muitas barbaridades que escutamos. Não podemos ficar rindo disso. Não estamos de brincadeira, mas em busca de um sonho. Com sonho não se brinca”, afirmou o lateral.
Daniel Alves também foi incisivo ao defender o controle emocional dos jogadores da seleção. Assim, garantiu que as lágrimas de alguns deles, casos do goleiro Julio Cesar, do zagueiro Thiago Silva e do atacante Neymar, no momento da execução do Hino Nacional antes dos jogos, não interferem no desempenho dentro de campo.
“Como disse o Loco Abreu, só quem vive pode explicar isso. Não abala, é emocionante, digno de parabenizar. Homem não chora? Chora sim! São momentos espontâneos, você está indo competir, não está fraco. Pelo contrário, está emocionado, chorando diante de milhões de pessoas. São momentos que você não pode controlar”, justificou Daniel Alves.