O gesto de Daniel Alves de comer a banana que havia sido atirada por torcedores racistas não deverá ser repetido. Pelo menos esse foi o conselho dado por seu pai, Domingos Alves, na conversa que os dois tiveram logo após o episódio, no domingo.
“Levei um susto quando ele pegou a banana e comeu. Fiquei com medo que ela tivesse algum tipo de veneno. Falei para ele não fazer mais isso e ele concordou. Se acontecer de novo, ele não vai mais comê-la”, disse o agricultor de 64 anos que mora na cidade de Juazeiro, na Bahia.
Na partida entre Barcelona e Villarreal, pelo Campeonato Espanhol, o lateral-direito do Barça foi ofendido ao se preparar para cobrar um escanteio. Ao perceber a banana atirada em sua direção, Daniel Alves pegou-a do chão, descascou-a e comeu-a. O ato foi elogiado pela imprensa europeia, por dirigentes de clubes, ex-jogadores e até chefes de Estado. A presidente Dilma Rousseff saiu em apoio a Daniel Alves e o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi fez questão de comer uma banana em público.
A repercussão internacional foi tão intensa que forçou o clube responsável pela partida, o Villarreal, a identificar numa velocidade recorde o autor do ato racista. O agressor, que não teve o nome revelado, foi proibido de entrar em estádios em jogos do time pelo resto da vida. Mas o clube, temendo uma punição, tentou se blindar alegando que se trata de um caso isolado.
O pai de Daniel Alves afirmou estar orgulhoso da atitude do filho. “Foi a melhor resposta que ele poderia ter dado para os racistas. A outra resposta foi o próprio resultado do jogo. O Barcelona estava perdendo por 2 a 0 e acabou virando para 3 a 2. Foi uma vitória completa”, disse Domingos Alves.