O Prêmio Brasil Olímpico consagrou a ginasta Daiane dos Santos e o tenista Fernando Meligeni como os melhores atletas do ano. A cerimônia foi realizada na noite de segunda-feira, numa casa de espetáculos do Rio de Janeiro. Os vencedores estavam concorrendo, na categoria feminina, com a saltadora Juliana Veloso e a jogadora de basquete Janeth. Na masculina, o iatista Robert Scheidt tentou o bi e o jogador de vôlei Giovane figurou pela primeira vez na disputa.
Rio (AE) – Além de Daiane e Meligeni, Bernardinho e outros 47 esportistas foram premiados como os melhores de suas respectivas modalidades. O presidente de honra da Fifa João Havelange recebeu uma homenagem especial e o Troféu Adhemar Ferreira da Silva foi agraciado ao ex-jogador de basquete Amaury Passos.
Já o nadador Clodoaldo Francisco da Silva foi escolhido o melhor atleta pára-olímpico. Por fim o Troféu Excelência no Esporte foi dado ao empresário Antonio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha.
O reconhecimento do público, responsável pela votação final, a Daiane veio coroar um ano excepcional para a ginasta. No fim de agosto, ela se tornou a primeira brasileira campeã mundial nos exercícios de solo ao vencer a disputa na cidade americana de Anaheim, nos EUA.
Na ocasião, a atleta apresentou um novo movimento, o salto “duplo twist carpado”, que foi catalogado com o grau máximo de dificuldade, o “E”, pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), sob o nome de “Dos Santos”. No fim do mês passado, novo triunfo para Daiane que conquistou o primeiro lugar na etapa alemã da Copa do Mundo, em Stuttgart, nos exercícios de solo, com a apresentação de uma nova acrobacia, dessa vez, o “duplo twist esticado”. “Tudo isso que está acontecendo é muito importante que as pessoas passaram a conhecer a ginástica. Me param na rua, querendo saber detalhes sobre os saltos que vou praticar”, disse Daiane após ser premiada. “Isso de maneira alguma faz com que me sinta pressionada. O que desejo é que todo mundo fale 24 horas de ginástica.”
Fininho: um exemplo de garra
Já Meligeni teve seu mérito reconhecido, principalmente, pela obtenção da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de São Domingos. Feito que marcou, inclusive, sua despedida das quadras. Ao encerrar a carreira aos 32 anos, Meligeni ficou na lembrança dos torcedores como um exemplo de atleta que sempre mostrou garra, persistência e descontração dentro de quadra.
E justamente a exibição na conquista da medalha de ouro em Santo Domingo foi considerada por ele a melhor para resumir a sua carreira. Afinal, em uma partida de quase três horas, sob uma temperatura de 40ºC, Meligeni derrotou o chileno Marcelo Rios, de virada, por 2 a 1, com parciais de 5/7, 7/6 (8-6) e 7/6 (7-5). Vale lembrar que, nas outras cinco vezes que havia enfrentado o oponente, o argentino naturalizado brasileiro tinha colecionado somente derrotas.
“Tive duas fortes emoções antes desse jogo, que foram chegar à semifinal em Roland Garros em 1999 e os Jogos Olímpicos de Atlanta/96, quando cheguei perto da medalha mas fiquei em quarto. O mais importante foi que tive força e liberdade para tentar mais de uma vez”, contou Meligeni. “No dia da medalha de ouro no Pan várias coisas boas conspiraram para que ela acontecesse.”