A guerra está definitivamente declarada.
A tensão entre a diretoria do Atlético, o atacante Dagoberto e seus procuradores chegou ao auge após o empate em 3 a 3 com o J. Malucelli, no último domingo. A briga, que teve capítulos nos tribunais e afastou o jogador da equipe principal do Furacão, teria chegado quase às vias de fato nos bastidores do Estádio do Xingu.
Além de ser impiedosamente vaiado pela torcida, Dagoberto acusa o presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, de ofendê-lo e ameaçá-lo após a partida, no vestiário atleticano. ?Ao final da partida, o sr. Mário Celso Petraglia se dirigiu à minha pessoa e proferiu uma série de palavras de baixo calão, em tom ameaçador e em total desrespeito à minha honra e moral, dando a entender que o empate diante do J. Malucelli teria sido culpa exclusivamente minha?, diz um comunicado assinado por Dagoberto e enviado à Tribuna por Naor Malaquias, agente do jogador e sócio da Massa Sports. Segundo Malaquias, Petraglia teria xingado o atacante de ?mercenário? e ?mau caráter?.
Ontem à tarde, Dago não foi aos treinos no CT do Caju. ?Diante destes fatos, e considerando que esta atitude lamentável adveio do próprio presidente do Atlético, na data de hoje (segunda-feira) não tive condições de comparecer ao treino, pois minha
auto-estima estava bastante comprometida e minha moral, completamente abalada?, justifica.
No comunicado, o jogador ainda diz que teme por sua integridade e exige providências. ?Com objetivo de evitar a ocorrência de novos fatos desta natureza, fiz um comunicado formal ao clube, informando sobre os fatos ocorridos e solicitando garantia da minha integridade física e moral durante o cumprimento do meu contrato de trabalho junto ao Atlético?, afirma.
A carta enviada pelo atacante ainda critica a forma de Petraglia dirigir o Rubro-Negro. ?Gostaria de frisar que meu contrato de trabalho é com a instituição Atlético Paranaense, e não com dirigentes que se julgam donos da instituição?, dispara.
Procurado pela reportagem, Petraglia preferiu não comentar o assunto.
?Não tenho conhecimento do que você está falando e absolutamente nada a declarar. O Atlético só se pronuncia através de nota oficial ou entrevista coletiva?, limitou-se a dizer.
Furacão usa Pedro Oldoni no contra-ataque
Apesar de Petraglia não se defender das acusações, o Atlético também partiu para o ataque contra a Massa Sports. Ontem, o clube publicou uma matéria em seu site oficial (www.atleticopr.com.br) que revela detalhes do contrato da empresa com o atacante Pedro Oldoni, rompido recentemente.
Segundo a matéria publicada pelo Rubro-Negro, Pedro Oldoni começou a jogar futebol com 18 anos. Assinou contrato com o Atlético e logo depois foi emprestado ao Cianorte, para adquirir experiência. Pelo clube do interior, Pedro foi artilheiro do Paranaense Sub-20. ?Foi neste momento que apareceram os agentes da Massa Sports?, diz o texto.
Em tom de denúncia, o Atlético mostra documentos que dariam à empresa 10% de todos os rendimentos do jogador, entre salários, contratos publicitários, premiações e direito de imagem. Além disso, ficaria com 75% do valor de uma futura transferência para outro clube do Brasil ou do exterior.
?Depois de ter assinado o contrato com a Massa Sports, Pedro Oldoni começou a negociar seu novo contrato de trabalho com o Atlético?, continua a matéria. Na ocasião da assinatura do novo compromisso, o clube teria dado ao jogador 30% de seus direitos financeiros e R$ 65 mil. ?A Massa Sports obrigou Pedro Oldoni a pagar 50% (R$ 32.500) do valor pago pelo clube (R$ 65 mil) pelo novo contrato. Algo que contrariou o próprio contrato firmado entre as partes, que previa 10%?, acusa o Atlético.
O texto publicado pelo Furacão também revela que Pedro Oldoni está buscando na Justiça romper o contrato que dá a empresa participação de 75% em futuras transferências. ?O Atlético espera que os atletas e suas famílias sempre estejam cientes das ações dos agentes de futebol. O clube está orgulhoso pela atitude tomada por Pedro Oldoni e tem a plena certeza que ele terá um futuro brilhante?, conclui a matéria.
Até o fechamento desta edição, os sócios da Massa ainda não tinham tido acesso ao texto publicado pelo Atlético. ?Se eles mostram os contratos, é isso mesmo?, afirma Naor Malaquias.
Marcos Aurélio derrotado
O Atlético venceu mais um ?round? da disputa judicial com o atacante Marcos Aurélio. Em despacho proferido ontem, a juíza da 11.ª Vara do Trabalho de Curitiba indeferiu pedido da defesa do jogador e manteve a liminar favorável ao Furacão, expedida no dia 14 de dezembro.
A decisão judicial determina que o Bragantino repasse os direitos federativos do atleta ao Atlético e que Marcos Aurélio assine um novo contrato ou pague ao clube o valor de R$ 6,5 milhões, referente à cláusula penal prevista no documento firmado com o Furacão em abril de 2006.
O Atlético exige que o jogador e o Bragantino cumpram o contrato assinado na ocasião do empréstimo de Marcos Aurélio, no ano passado, que dava ao clube da Baixada a preferência na compra dos direitos federativos e financeiros sobre o jogador, por R$ 450 mil, divididos em quatro vezes. O Furacão já depositou, em juízo, a primeira parcela.
Uma audiência está marcada para a próxima sexta-feira. Enquanto isso, Marcos Aurélio está impedido de atuar pelo Santos, que anunciou a contração do atacante na semana passada.
Atlético já tem centenas de sócios
A nova campanha de sócios do Atlético começou ontem com força total. A torcida atendeu ao apelo da diretoria rubro-negra e lotou o espaço aberto na Baixada para a promoção Sócio Furacão. Desde manhã, o movimento foi grande e centenas de torcedores já se associaram ao clube.
Além do direito de assistir a todos os jogos do Atlético em casa, a possibilidade de se tornar sócio do clube, inclusive com direito a voto em eleições, está atraindo os rubro-negros. ?Está valendo a pena, principalmente por causa da reta superior, que foi uma grande vantagem.
E ainda poderemos votar, opinar e participar das coisas do clube?, diz a engenheira Caroline Ribeiro, que voltou para casa já com todos os ingressos da primeira fase do Paranaense.
Quem foi ontem a Baixada tinha apenas uma reclamação. ?Acho que deveriam fazer um preço especial para menores e idosos. Para quem paga meio-ingresso não compensa muito?, lamenta Caroline.
Para se tornar sócio do Atlético é preciso pagar uma mensalidade, que varia de acordo com o local da Arena que o torcedor pretende assistir aos jogos. Atrás dos gols, o preço é de R$ 60.
Nas retas, sobe para R$ 80. ?Ao se associar o torcedor estará participando da vida do Atlético. Vai estar ajudando com a arrecadação, com a manutenção do CT e também com a conclusão da Arena?, ressalta o diretor de marketing Mauro Holzmann.