Foto: Valquir Aureliano/Tribuna

"Quando ele (Ginavildo) me sacou falou que era ordem da diretoria e agora com essa história de psicológico."

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A péssima apresentação diante do Fortaleza pode precipitar um fato considerado improvável há alguns dias: a reaproximação, ainda que momentânea, entre Atlético e Dagoberto. Barrado por ?questões psicológicas?, segundo o técnico Givanildo de Oliveira, o atacante tem boas chances de retornar ao time no clássico contra o Paraná Clube, domingo, no Pinheirão.

Ontem, o novo contrato do jogador, prorrogado até 29 de março de 2008, foi publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. Oficializado o novo vínculo em âmbito esportivo, o Atlético fica à vontade para utilizar o atleta. Como o contrato anterior venceria em 23 de julho de 2007, daqui a nove dias Dagoberto poderia deixar a Baixada se algum clube depositasse R$ 5,46 milhões (20% do valor da multa contratual). Assim, o Rubro-Negro preferiu não valorizar um ?produto? que em pouco tempo tenderia a ir embora. Agora, se a prorrogação contratual for mantida pela Justiça do Trabalho, o valor da negociação será de R$ 16,6 milhões até 29 de março de 2007.

O atacante participou normalmente ontem do treino recreativo para os atletas que não enfrentaram o Fortaleza. E se colocou à disposição do treinador. Dagoberto conta que Givanildo perguntou-lhe ontem se queria jogar o clássico. ?Respondi que sou empregado do clube e que estou bem. Minha escalação é problema dele?, disse o jogador, que mostrou clara contrariedade à justificativa do técnico para sacá-lo do jogo contra o Fortaleza.

Na véspera da partida, Givanildo disse que apenas preservava o atacante, por um suposto abalo emocional causado pela disputa na Justiça. ?Quando me tirou do treino, ele falou que eram ordens da diretoria. Achei que iria bancar o que falou. Depois veio com essa história de psicológico, que não tem nada a ver. Fiquei um pouco chateado, mas no mundo da bola tem muita gente sem palavra mesmo?, detonou.

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Dagoberto também reagiu às críticas que tem recebido de parte da imprensa. ?Tem gente despreparada dizendo que não joguei bem depois que voltei (da contusão). Mas são os mesmos que me escolheram como melhor em campo. Estão se contradizendo?.

O atacante diz estar pronto para um eventual reencontro com a torcida no clássico. ?O torcedor vai pelo que as pessoas falam. Mas quem analisa a situação vê onde está a verdade?, disse, desafiando o clube a escalá-lo no clássico. ?Quero jogar, mas vamos ver o que vão fazer, se vão falar que estou com depressão ou outra coisa. Cada dia é uma palhaçada diferente?, metralhou.

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A postura de Dagoberto põe Givanildo numa situação constrangedora. Titular na maioria dos treinos da intertemporada, o atacante seria opção natural ao fraco desempenho ofensivo do time na quarta-feira – Pedro Oldoni saiu vaiado e Neto Baiano e Dênis Marques pouco produziram. A resposta pode sair hoje, quando o treinador testa pela primeira vez o time que levará ao clássico.