São Paulo – Dagoberto, enfim, é do São Paulo. Menos de 24 horas depois de conseguir na Justiça do Trabalho a liberação do Atlético-PR – pagou R$ 5,4 milhões pela rescisão contratual -, o atacante foi confirmado como novo reforço são-paulino.
Após mais de 6 meses de imbróglio, o acerto acabou sendo rápido e aconteceu durante a tarde de ontem. O jogador aceitou, de cara, a oferta do presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, e assinou um contrato de 5 anos, até abril de 2012. ?É um jogador que será assediado muito, tem um mercado forte lá fora. Então, preciso ter uma garantia maior?, disse Juvêncio, ao justificar o tempo de contrato com Dago.
A apresentação oficial do novo reforço são-paulino está marcada para hoje. Segundo o empresário do jogador, Naor Malaquias, ?Dagoberto já veio de mala e cuia!?
A estréia dele, no entanto, ainda demorará algumas semanas. Mesmo porque, Dago não pode ser inscrito na fase final do Paulista e só poderá jogar a partir das oitavas-de-final da Libertadores.
?Pode parecer até repetitivo, mas quem não gostaria de jogar no São Paulo? É o melhor clube do País na atualidade. Estou muito contente por ter acertado?, disse o atacante de 24 anos. ?Vinha treinando muito forte no Atlético e por isso, estou muito bem fisicamente. Só preciso jogar para readquirir o ritmo de jogo?, garantiu Dagoberto.
A diretoria são-paulina não tem dúvida nenhuma quanto à boa forma de Dagoberto. O clube recebeu, através do médico e superintendente Marco Aurélio Cunha, ótimas informações do estado clínico do atacante passadas pelo cirurgião René Abdalla, responsável pela última cirurgia no joelho esquerdo do jogador, realizada em março de 2006.
?Dá gosto ver o São Paulo jogar. É uma equipe muito boa, de qualidade e toque de bola. É um time que joga por música?, afirmou Dagoberto, feliz da vida com o novo rumo de sua carreira.
Com a chegada de Dagoberto, o técnico Muricy Ramalho ganha mais uma opção para montar o ataque do time do São Paulo. Antes, ele já contava com Aloísio, Leandro, Borges e Marcel.
Fonte paranaense abastece time do Morumbi
Carlos Simon
A oficialização da contratação de Dagoberto reforça a condição de ?eldorado? paranaense adquirida recentemente pelo São Paulo. A base do elenco do atual campeão brasileiro nasceu ou teve passagem marcante pelo futebol das araucárias.
A legião paranaense começa com o grande ícone da atual fase de conquistas do time do Morumbi – o goleiro Rogério Ceni, natural de Pato Branco. E há representantes ligados aos principais clubes do Paraná. O zagueiro Miranda, nascido em Paranavaí, e o atacante paulista Marcel, por exemplo, foram revelados pelo Coritiba.
Dois atuais são-paulinos surgiram nas categorias de base do Paraná Clube: o zagueiro André Dias e o meia Fredson. Curiosamente, ambos desvincularam-se do Tricolor da Vila por via judicial. Também defenderam o Paraná o atacante Borges, que depois de ser negociado com o futebol japonês foi repatriado pela equipe paulista, e o lateral-esquerdo Jadílson, famoso pelo episódio em que fugiu da concentração do Paraná em Itu (SP) para assinar com o Goiás, em 2004. Nenhum dos quatro nasceu no Paraná.
O Atlético também perdeu jogadores a contragosto para o São Paulo. E sempre em casos arrastados: além do paranaense Dagoberto, o atacante alagoano Aloísio também trocou a Baixada pelo Morumbi em meio a uma complicada disputa judicial. Já o meia carioca Hugo teve rápida e inexpressiva passagem pelo Furacão em 2000.
Até mesmo o técnico Muricy Ramalho tem raízes no futebol do Paraná. Já em fim de carreira, o comandante tricolor foi jogador da extinta Pontagrossense, nos anos 70.
O preparador físico do São Paulo, Carlinhos Neves, também é da terra dos pinheirais. Nascido em Curitiba e formado em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná, Carlinhos Neves começou trabalhando na preparação física do Coritiba, depois passou pelo Atlético, Paraná, Grêmio, Palmeiras, entre outros.