Da Matta será piloto da Toyota na F-1 em 2003

Cristiano da Matta fará sua estréia na Fórmula 1 no ano que vem como companheiro de equipe de Olivier Panis na Toyota. O acordo entre a equipe japonesa e o piloto brasileiro foi finalizado no fim da semana passada e envolve o fornecimento gratuito de motores para a Newman-Haas, equipe que tem Da Matta sob contrato na Cart. O time, em 2003, se transfere para o campeonato da rival IRL.

Monza – O anúncio oficial da contratação poderá ser feito nos próximos dias, embora a Toyota tivesse a intenção inicial de revelar o nome de seu segundo piloto apenas na segunda semana de outubro, quando acontece o GP do Japão, em Suzuka, fechando a temporada 2002 da F-1. Com a escolha de Cristiano, fica mais difícil a situação de Felipe Massa, dispensado pela Sauber. A ele restam duas opções para ser titular em 2003: a Jordan, que também conversa com Eddie Irvine e Anthony Davidson, e a Jaguar, que também negocia com Enrique Bernoldi, ajudado pela Red Bull.

Da Matta, que completa 29 anos quinta-feira, acabou ficando com a F-1 como única opção de continuidade de sua carreira quando a Newman-Haas decidiu ir para a IRL. O time ainda não oficializou a saída da Cart, mas vai seguir os passos da Penskee e da Ganassi, que pressionadas por patrocinadores. A IRL vem ganhando popularidade nos EUA e tem cobertura de TV mais ampla do que a Cart.

“Na IRL eu não corro, porque aquilo para mim não é automobilismo”, disse Cristiano. “Se for obrigado a fazer isso, prefiro voltar para Belo Horizonte para andar de bicicleta.” Da Matta não é um grande admirador de circuitos ovais, e as provas da IRL acontecem exclusivamente nesse tipo de pista, que agrada muito aos americanos.

Cristiano da Matta gostaria de continuar na Cart, onde corre desde 1999 e está prestes a conquistar o título deste ano. Mas o futuro da categoria é incerto. Além da saída das principais equipes, estão indo embora também os dois fornecedores japoneses de motor, Honda e Toyota. Em 2003, a Cart será um campeonato monomarca, com chassis Lola e motores Ford. Isso se sobreviver.

A disposição da Newman-Hass de ir para a IRL deixou Da Matta sem emprego, diante de sua negativa em correr nos ovais. A Toyota já está de olho nele há tempos, desde que se tornou o primeiro piloto a vencer uma corrida na Cart com o motor japonês, há dois anos em Chicago. Em maio, ele fez um teste em Paul Ricard. Não decepcionou. Completou 96 voltas, a melhor delas em 1min15s082, apenas 0s847 mais lento que o titular, Allan McNish.

Barrichello realiza sonho

Monza – Um piloto de Fórmula 1 não pode querer muito mais: guiar para a Ferrari no melhor momento da história da equipe, vencer em Monza e ser aplaudido por uma multidão fanática num domingo de sol. Nem precisa ser campeão. E domingo Rubens Barrichello realizou o que chamou de sonho: ganhou o GP da Itália, 15.ª etapa do Mundial, com seu companheiro Michael Schumacher em segundo. Festa maior para os torcedores italianos, impossível.

Foi a 7.ª dobradinha da Ferrari no ano, a terceira com o brasileiro em 1.º. Rubens chegou à quarta vitória na carreira e não escondeu a emoção. “Ali no pódio, eu via gente até onde meus olhos alcançavam. É uma sensação que pouca gente teve a chance de sentir. Bem que o Michael tinha me dito que era algo muito especial.”

Barrichello venceu com estilo, sem precisar da ajuda de sua equipe. Ganhou a corrida na largada e na estratégia. Eddie Irvine, da Jaguar, fechou o pódio.

“Os disponíveis são brasileiros”

Monza – O assessor de imprensa da equipe de F-1 da Toyota, Andrea Ficcarelli, disse ontem que é “prematuro” afirmar que Da Matta já assinou. “Não excluo que possa acontecer, pode ser mesmo que termine assim”, disse o jornalista, por telefone, da sede do time, em Colônia (Alemanha).

Ele negou que a Toyota tenha a intenção de esticar o mistério da escolha do segundo piloto até o GP do Japão, marcado para 13 de outubro em Suzuka. “Não há por que esperar tanto. No momento em que o escolhido assinar, faremos o anúncio.”

Segundo ele, a preferência da Toyota por brasileiros é menos devida a interesses de mercado do que a uma circunstância: “Os melhores pilotos disponíveis no momento são brasileiros”, falou. “Sexta-feira, por exemplo, faremos um teste com Hélio Castro Neves em Paul Ricard.”

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