Curitibanos “viram” a noite pelo Brasil

Quando nos acostumávamos a atravessar uma Copa sonolenta, caseira e em família, com ridículos pijamas verde-amarelos no lugar das camisas canarinho e café forte no lugar da cerveja, eis que ressurge o ritual da torcida coletiva, dos botecos e da vibrante algazarra que toma conta do nosso povo de quatro em quatro anos. O jogo de ontem contra a Costa Rica, às 3h30, foi o primeiro nesta Copa em que foi possível juntar a torcida curitibana em bares e casas noturnas, que tiveram excelente público para uma quarta-feira. Para a maioria dos torcedores, a necessidade de acordar cedo no dia seguinte foi só um detalhe.

“Tenho que estar de pé amanhã às 8h, mas até agora esse é o único jogo que está dando para ver fora de casa, né?”, declarou o analista de sistemas Rodrigo Rômulo Zini, de 30 anos, que na madrugada de ontem estava no Café Curaçao. E a receita para acordar no dia seguinte? “Tentei dormir antes, porque vou emendar. Tomara que eu não perca o emprego!”. Na mesma mesa, a pedagoga Telma Lopes, de 30 anos, a professora Dulce Lopes, 32, e a atriz Simone Petry, 31, também disseram que iam “emendar”: “Acordo às 6h, mas pra ver o Brasil vale a pena”, disse Telma.

Torpedo e pipoca

Na casa noturna Swingers, no Prado Velho, a noite também foi bastante movimentada. O bar uniu a azaração e o clima de romance do Dia dos Namorados à festa do jogo do Brasil, com direito a torpedo e pipoca. Segundo os responsáveis, mais de mil pessoas participaram da festa – o dobro do movimento de uma quarta-feira normal, que gira em torno de 450 a 500 pessoas.

O casal Maurício Santoro, administrador de 33 anos, e Sueli Pires, funcionária da área financeira de 28, também passaria a noite em claro: “Acordo amanhã às 7h, mas em jogo do Brasil a gente tem que deixar as outras coisas de lado”, disse Maurício.

Portando um original figurino Copa do Mundo, a torcedora Karenn Nassur, de 25 anos, também falava das vantagens de ver o jogo na “night”: “É muito melhor assistir com a galera!”. Mas criticou o horário das partidas: “Complicou muito pro pessoal que trabalha”. No Plattea Café, a noite de ontem parecia um dos melhores sábados de verão. Segundo o marketing da casa, mais de 1.100 pessoas passaram pelo bar, que tem capacidade para 750 clientes. Normalmente, o público médio nesse dia é de cerca de 550 pessoas. O advogado Robert Pereira, 26, que precisaria estar no trabalho às 8h30, estava lá: “Vale a pena ficar sem dormir. Seleção na Copa é só de quatro em quatro anos. E ver em casa não tem a mesma graça, sempre tem gente dormindo”.

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