O jiu-jitsu paranaense estará bem representado no Campeonato Mundial, que acontece entre 27 de maio e 3 de junho, em Long Beach, na Califórnia, nos Estados Unidos. Os atletas Rodrigo Fajardo (meio-pesado), Marcos Franco (galo) e João Pedro Mendes (juvenil peso-médio/absoluto), da Academia Gracie Barra Curitiba, vão defender as cores brasileiras na competição, que é a mais importante no cenário mundial da arte suave e deve reunir mais de 2 mil lutadores.
Com o título de pentacampeão brasileiro na categoria meio-pesado, o faixa preta Rodrigo Fajardo, o Pimpolho, de 27 anos, afirma que espera o melhor resultado nos tatames norte-americanos durante a competição. “Nos últimos meses, venho treinando muito diariamente. Além dos treinos, participei de diversas competições, que são muito importantes, mas sempre participava com o foco maior no mundial, que é o sonho de qualquer lutador de jiu-jitsu”, diz Pimpolho.
Ainda de acordo com o lutador, os principais adversários ao longo da competição serão os próprios brasileiros. No entanto, Pimpolho acredita que os norte-americanos também devem incomodar ao longo da competição. “Devido à nossa tradição e história dentro do jiu-jitsu, nós brasileiros ainda estamos dominando o esporte, mas nos últimos anos os norte-americanos vêm ganhando força. Os EUA abraçaram o esporte e estão dedicando tempo e dinheiro na formação de atletas”, afirma o faixa-preta, que participa do seu primeiro mundial.
Apesar de estudar os adversários, Pimpolho gosta de considerar que seu principal adversário é ele mesmo. “Mesmo você tendo treinado muito, por horas e mais horas, sempre bate aquele momento de dúvida. Mas tem colocar a cabeça no lugar. Eu sempre digo que o jiu-jitsu tem três pilares: o preparo físico, o trabalho psicológico e o alinhamento entre os dois. Cabeça e corpo têm que estar alinhados para um não deixar o outro na mão”, revela Pimpolho.
Promessa
O também estreante na competição, o faixa azul João Pedro Mendes, o Bisnaga, de apenas 15 anos, chega ao mundial com o título de campeão europeu das categorias juvenil peso-médio e absoluto, conquistados em janeiro, em Portugal. Hoje, Bisnaga pode ser considerado uma das grandes promessas do jiu-jitsu brasileiro. Ele afirma que os duros treinamentos dos últimos meses e a experiência em competições internacionais devem contar a favor no mundial dos EUA.
“Tenho treinado uma média de 5 horas por dia e acho que com as competições que fiz fora me deram muita confiança. Além disso, tenho conversado bastante com meus colegas de treinos e isso tem me deixado bastante tranquilo em relação à minha participação. A gente sempre treina pra ganhar, então vamos lá pra isso”, conta Bisnaga.
Resultados e dificuldades
A participação dos três atletas da Gracie Barra Curitiba no principal campeonato mundial de jiu-jitsu não é por acaso. Os lutadores da academia têm conquistados expressivos nos últimos. Além de João Pedro ‘Bisnaga, que também levou o bicampeonato brasileiro da categoria peso-médio e absoluto e mais 14 circuitos paranaenses de jiu-jitsu, outros atletas têm feito bonito nas competições.
O lutador Ralfa Jonny, de 30 anos, é faixa azul e dono do bicampeonato brasileiro da categoria peso-pesado. “Apesar de ser empresário da construção civil e não poder me dedicar exclusivamente ao esporte, sempre tento treinar o máximo que posso, fugindo do dia-a-dia da empresa”, conta o lutador.
O cotidiano de Ralfa Jonny é comum dentro do universo dos lutadores de jiu-jitsu brasileiros. A divisão do tempo entre o esporte e outras atividades profissionais é recorrente entre os lutadores. O próprio Rodrigo Fajardo, o Pimpolho, que é proprietário da academia e professor de jiu-jitsu em tempo integral, conta que a participa&cce,dil;ão de apenas três atletas no mundial dos EUA se deve ao fato de falta de verba para enviar mais atletas.