No próximo dia 25 de maio quarenta carros alinharão no grid de largada da primeira etapa do Mercedes Challenge 2014. Enquanto os motores roncam e a adrenalina toma conta de público e competidores no autódromo de Interlagos, em São Paulo, a curitibana Kaká Magno, de 26 anos e estreante na competição, pode se considerar uma exceção: com o uniforme da equipe Divesa AMG, ela será a única mulher a pisar fundo no acelerador tão logo as luzes vermelhas se apaguem e seja dada a largada. “Como será meu primeiro ano na categoria, estou apostando na experiência da minha equipe e no conhecimento de meu preparador para que, com o auxílio deles, eu possa me desenvolver durante a temporada”, afirma Kaká, que começou a carreira automobilística no kart, aos 16 anos, época em que as motivações para correr ainda eram o divertimento e o gosto pela velocidade. “O kart é a minha paixão e acredito que seja a base de quase todos os bons pilotos do mundo”, explica.

continua após a publicidade

Já em 2009 veio a primeira conquista, quando terminou o campeonato paranaense de Kart na vice colocação. Em 2012, foi convidada a participar da Fórmula Light, onde logo na estreia alcançou o quinto lugar geral. Agora, em 2014, ela tenta seguir os passos de outras pilotas, como Bia Figueiredo, da Stock Car, Débora Rodrigues, da Formula Truck, e Simona de Silvestro, da F-Indy. “Acredito que as mulheres tenham conquistado um espaço importante dentro das categorias em que correm, pois todas alcançaram posições de destaque por onde competiram”, diz, sem negar que muitas vezes as competidoras são colocadas em dúvida, pois muitos ainda questionam a capacidade das mulheres em competir com os homens. “Apesar disso, nunca sofri nenhum tipo de preconceito por causa disso”, completa.

Coração

A parceria esportiva e profissional com o Atlético começou em 2012, quando Kaká ingressou na Fórmula Light, mas a paixão pelo clube vem de longa data. “Minha ligação começou ainda na infância, pois eu morava ao lado da Arena e ia a todos os jogos”, afirma. Tão logo tomou o gosto por pilotar, Kaká passou a pensar em juntar o útil ao agradável. E hoje ela comemora a parceria de sucesso com o clube do coração. “Já são três anos juntos. Só tenho a agradecer por fazer parte da história do Atlético”, celebra.

continua após a publicidade

Se nos gramados os ídolos de infância de Kaká vestiam rubro-negro, nas pistas suas referências sempre foram os pilotos brasileiros. “Tenho muitos ídolos no esporte, mas cresci ouvindo histórias a respeito de Ayrton Senna”, revela. Outra inspiração é Emerson Fittipaldi. “Com certeza foi ele quem abriu as portas para tantos outros brasileiros no mundo, e continua fazendo isso até hoje, apoiando e incentivando os jovens a conquistarem o seu espaço”, diz.

Aliás, ela teve o incentivo do bicampeão da Fórmula 1. Ano passado, ela foi selecionada pelo ex-piloto para representar o Brasil na Volkswagen Scirocco R-Cup, programa de pilotos realizado na Alemanha, em que disputou provas contra onze concorrentes do mundo inteiro. “Foi um aprendizado muito grande essa possibilidade que o Emerson me concedeu”, finaliza.

continua após a publicidade

Colaborou: Julio Filho