Curitiba desfez as amarras e finalmente exibiu vontade política de sediar a Copa do Mundo de 2014. A capital paranaense foi a primeira entre as 18 concorrentes a entregar à CBF o termo de compromisso assinado pelos executivos estadual e municipal e pelo dono do estádio a ser utilizado (o Atlético).
A audiência ocorreu ontem à tarde na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Para selar a união de forças, o governador em exercício Orlando Pessuti (PMDB) e o prefeito Beto Richa (PSDB) participaram da formalização do Comitê Executivo para Assuntos da Copa do Mundo de 2014, pela manhã, no Palácio das Araucárias.
Ambos sentaram-se lado a lado e apertaram as mãos na frente dos fotógrafos. “Todos sabem que, no começo dos trabalhos, só se falava em divergências internas. Agora demonstramos ação harmônica em prol da candidatura de Curitiba”, falou o vice-governador.
No Rio, apenas Pessuti esteve presente, ao lado de representantes da prefeitura e do presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, entre outras autoridades.
“O Paraná prova que está unido politicamente na condução desse processo, o que é muito importante. O governador Roberto Requião já esteve aqui, assim como o vice-governador Orlando Pessuti e o prefeito Beto Richa, o que demonstra o esforço conjunto que está sendo feito”, disse o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ao site da entidade.
A união política preenche a lacuna que faltava para a indicação de Curitiba que, pelas questões meramente técnicas, seria barbada entre as 10 ou 12 escolhidas. Mas, até alguns meses atrás, a candidatura era minada pela inimizade entre os chefes dos executivos municipal e estadual, pelas disputas clubísticas, que envolviam a indicação do estádio, pela crise institucional na Federação Paranaense de Futebol (FPF), no fim da era Moura, e até por intrigas entre o Atlético e a nova cúpula da FPF.
Infra-estrutura e legislação
O termo de compromisso, cujo prazo final para entrega é 15 de novembro, é requisito básico para as cidades-candidatas. Nele, a prefeitura e o governo estadual se comprometem a atender às exigências de infra-estrutura e adequações na lei, determinadas pela Fifa, para abrigar o Mundial. O Atlético também promete deixar o estádio dentro das normas para um evento desse porte.
“Não há como imaginarmos Curitiba fora da Copa de 2014, pelas condições que oferece em questão de transporte, rede hoteleira, hospitais. A cidade tem tradição em receber eventos internacionais e está pronta também para fazer os investimentos que forem necessários”, disse o prefeito Beto Richa.
Até 15 de janeiro de 2009, o comitê curitibano deve entregar à Fifa o projeto-base de engenharia do estádio, com identificação dos potenciais investidores, e a entrega de garantias complementares pelo Estado e município, no que diz respeito a taxas e tributação. Uma empresa de consultoria será contratada para ajudar a elaborar o documento. Em março do ano que vem, a Fifa anuncia as sedes do Mundial.