Confirmada como uma das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014, Curitiba tenta agora ocupar um lugar de destaque no Mundial. A cidade entrou na disputa para abrigar o Centro de Mídia, base dos profissionais de imprensa que cobrirão o torneio.
A batalha promete ser árdua. Afinal, a estrutura é uma das mais concorridas da Copa. Além de Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília pleiteiam o espaço. A disputa não é por acaso.
“Durante 60 dias, os principais meios de comunicação do mundo estarão reunidos. Isso irá ampliar muito a exposição da cidade, ajudando na atração de turistas e investimentos”, diz Juraci Barbosa Sobrinho, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento (ACD), órgão da prefeitura.
Olhar para a última Copa dá uma idéia da magnitude do Centro de Mídia. Em 2006, na Alemanha, ele foi montado em Munique. Além dos jornalistas, 450 funcionários trabalharam no local, gastando o valor de 40 mil diárias em hotéis.
O centro alemão contava com 15 estúdios de tevê, 15 de rádio, 90 parceiros de transmissão e 150 circuitos permanentes conectados a outros pontos de mídia ao redor do planeta. A Copa da Alemanha teve 30 bilhões de espectadores.
Trunfo
Para convencer o comitê organizador da Copa a trazer para cá o Centro de Mídia, Curitiba aposta no Tecnoparque, programa de estímulo aos setores de alta tecnologia. Quatro polos de desenvolvimento oferecem infraestrutura para a implantação de empresas do ramo.
Um das áreas, na confluência da Linha Verde com a Avenida Marechal Floriano Peixoto, está sendo oferecida para abrigar o Centro de Mídia. “É um local central, próximo ao estádio e ao aeroporto, com grande mobilidade e fácil acesso”, afirma Barbosa.
Segundo o presidente da ACD, a área também permite alta conectividade, com rede WiMax, tecnologia de banda larga sem fio com alcance de até 50 quilômetros.
Depois da Copa, toda a estrutura pode ser usada por empresas instaladas no Tecnoparque. “Muitas já estão em Curitiba e existe demanda por edifícios. Além de novos empreendimentos que a Copa pode ajudar a atrair”, ressalta Barbosa.
Concorrência
O pleito curitibano é mesmo ambicioso. A capital paranaense concorre com o imenso lobby político do Rio de Janeiro, que será o palco da final do Mundial. Ontem, os cariocas lançaram a campanha “Rio Capital da Copa”, que tem na atração do Centro de Mídia uma de suas principais bandeiras.
Para seduzir a CBF, o prefeitura da cidade não mede esforços. Ofereceu à entidade que dirige o futebol nacional uma área de 11 mil metros quadrados na Barra da Tijuca. Além do Centro de Mídia, no local deve ser construída uma nova e luxuosa sede para a confederação e um museu do futebol.