Uma prova diferente de todas as outras no automobilismo mundial. A etapa de abertura do Campeonato Mundial de Carros de Turismo (WTCC), que acontece em Curitiba, no dia 7 de março, marca o início da temporada internacional, que este ano tem no Brasil um de seus principais polos – além do WTCC, teremos o International Rally Challenge (IRC), também em Curitiba, e Fórmula Indy e Fórmula 1 em São Paulo. Mas a prova curitibana tem um detalhe fundamental: o caráter social da troca de ingressos por alimentos, que serão doados para obras de caridade.

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A manutenção da forma de “venda’ das entradas foi um dos destaques da apresentação do evento ontem, em uma coletiva em Curitiba. “É a única prova de alto nível no mundo que tem esse caráter social”, afirmou Augusto Farfus, organizador local e pai de um dos favoritos ao título da temporada, o curitibano Augusto Farfus Júnior.

“Quando aconteceu pela primeira vez, em 2006, os europeus não conseguiam entender como faríamos uma prova sem cobrar ingressos. Mas temos a generosidade do povo brasileiro, que faz deste evento uma grande festa, sem problemas e com muita alegria. Os meus colegas adoram pilotar aqui”, comentou Farfus Júnior.

A partir do dia 23, os torcedores poderão trocar os ingressos por dois quilos de alimento não perecível na ruas da Cidadania, nos supermercados Condor e no Teatro HSBC, na Boca Maldita.

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Tudo que for arrecadado – são esperadas 45 mil pessoas no final de semana da prova – será doado ao Instituto Pró-Cidadania de Curitiba e à Fundação de Ação Social da prefeitura de Curitiba.

A novidade é a realização de vários eventos alternativos que terão renda e donativos destinados à Pastoral da Criança, projeto criado pela médica sanitarista Zilda Arns, recentemente falecida no terremoto que atingiu o Haiti.

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“Todos nós somos muito ligados à Pastoral, e nada melhor que ajudar ainda mais este projeto”, disse Marcelo Velloso, diretor de marketing do banco HSBC, principal patrocinador da prova.

A sexta edição da etapa curitibana do WTCC promete ser a mais equilibrada de todas. “A expectativa é que todas as equipes estejam muito próximas”, prevê Farfus Júnior, que venceu em 2007 – mas ano passado sofreu com a ampla vantagem da Seat. “A pista de Curitiba não é favorável aos carros da BMW, mas acho que chegamos aqui em melhores condições que em 2009”, afirmou o piloto.

Se depender do pai de Farfus, esta será a última prova do WTCC no Autódromo Internacional de Pinhais. “Nós estamos sonhando para 2011 fazer uma prova de rua, no Centro Cívico. Seria um evento sensacional, para trezentas mil pessoas. Estamos viabilizando, é um plano caro, mas é a nossa expectativa”, avisou Augusto Farfus.