O técnico da Portuguesa, Argel Fucks, fugiu de qualquer responsabilidade sobre a decisão de tirar a equipe de campo na partida desta sexta-feira, contra o Joinville, na casa do adversário, na rodada inaugural da Série B. De acordo com o treinador, ele só cumpre ordens e a decisão pela saída do gramado aos 18 minutos do primeiro tempo foi do presidente Ilídio Lico.

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“É uma decisão do presidente. Eu, como funcionário do clube, tenho que acatar. Sou funcionário e me resguardo de qualquer outra coisa”, disse ele, na porta do vestiário, logo após o árbitro encerrar a partida, meia hora depois de a Lusa deixar o gramado.

Questionado pelos repórteres, Argel ressaltou que é o presidente quem deve se explicar. “Eu já falei o que eu tinha que falar. Eu sou funcionário da Portuguesa, sou funcionário do clube. É uma decisão do presidente, do departamento de futebol. Eu como funcionário tenho que acatar. É melhor vocês (jornalistas) conversarem com outras pessoas então.”

Aos 18 minutos do jogo na Arena Joinville, o delegado da partida de Joinville, Laudir Zermiani, entrou no gramado com a liminar e imediatamente Argel pediu que os jogadores saíssem do campo. Os atletas do Joinville permanecem no gramado da Arena até que o árbitro encerrasse o jogo, meia hora depois.

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O torcedor da Portuguesa Renato de Britto Azevedo, que obteve a liminar favorável ao clube, ameaçou entrar com uma queixa crime contra a diretoria da Lusa e a CBF. A partir dessa ameaça, a diretoria da Portuguesa decidiu retirar o time do campo.

Minutos depois de a Lusa deixar o gramado, o próprio delegado da partida, dizendo ter conversado ao telefone com o presidente da CBF, José Maria Marin, foi até o vestiário da Portuguesa e disse que a ordem da entidade é que o jogo fosse retomado.

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O trio de arbitragem e o Joinville aguardaram por meia hora para que a Portuguesa voltasse a campo, mas isso não aconteceu. Assim, o capixaba Marcos Andre Gomes da Penha se viu obrigado a encerrar a partida.

Novela

Faltando duas horas para a partida, por volta das 17h30, o presidente da Portuguesa, Ilídio Lico, ainda aguardava uma manifestação oficial da CBF e também pretendia consultar outros dirigentes da equipe do Canindé para decidir se o time jogaria ou não. “Quero consultar os outros poderes do clube para não tomar a decisão sozinho”, disse o dirigente à reportagem duas horas antes do horário marcado para o jogo.

Na última quinta-feira, a diretoria da Portuguesa descobriu que o torcedor Renato Britto de Azevedo obteve liminar na 3ª Vara Cível do Foro Regional da Penha, em São Paulo, no dia 10 de abril, devolvendo os quatro pontos que a Portuguesa perdeu no julgamento do STJD no final do ano passado pela escalação irregular do meia Héverton. Com a decisão da juíza Adaísa Bernardi Isaac Halpern, a Lusa está provisoriamente na Série A. A CBF chegou a pedir reconsideração, mas o pedido foi negado pela juíza.

Na semana passada, a CBF conseguiu cassar a liminar que a própria Portuguesa havia conseguido em São Paulo. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça definiu o Rio de Janeiro como único foro competente para julgar as ações relacionadas ao “caso Lusa”.