O técnico Cuca só espera a definição das últimas contratações para dar início à fase final de preparação do time para a largada do campeonato brasileiro. O Paraná Clube estréia enfrentando o Santos, atual campeão nacional, na Vila Belmiro. A diretoria negocia pelo menos mais quatro reforços, mas a prioridade é a lateral direita. A comissão técnica depende desse acerto para projetar a “nova” equipe.

“É prematuro se falar em estratégia de jogo, pois não fizemos nenhum treino técnico”, comentou Cuca, que pretende intensificar trabalhos coletivos a partir de segunda-feira. “O nosso trabalho está seguindo etapas pré-estabelecidas. Nestes primeiros dias, tentamos dar uma boa base aos jogadores, enquanto esperamos a chegada de mais algumas peças.” O treinador pretende definir um time titular e trabalhar forte com estes atletas ao longo de duas semanas, com a realização de um amistoso, possivelmente no próximo dia 22.

Em casa

A intertemporada do Paraná será em Curitiba. O clube tentou viabilizar uma “pré-temporada? no litoral, mas desistiu pois o possível adversário num amistoso, o Rio Branco de Paranaguá, está parado.

Flávio é o “paredão” desejado

A diretoria tem concentrado esforços na aquisição de reforços para diversas posições, tentando criar uma “nova espinha dorsal”. Sandro Blum e Renaldo foram os primeiros e mais um lateral-direito e um meia são prioridades. Mas, no íntimo, o Tricolor ainda alimenta a possibilidade de contratar um grande goleiro para a disputa do Brasileirão. Flávio, campeão brasileiro pelo Atlético Paranaense em 2001, é o preferido. O jogador já foi contatado e manifestou interesse em retornar a Curitiba, onde reside a sua família.

Atualmente no Vasco, ele está na reserva de Fábio. “Fico feliz com este interesse, pois seria uma chance de voltar a Curitiba.” A questão financeira é o primeiro obstáculo a ser superado, pois Flávio tem salário superior ao “teto” paranista. “Houve uma sondagem, mas muito superficial. Primeiro temos outras prioridades para solucionar”, disse o vice de futebol José Domingos Borges Teixeira. No atual elenco, o Paraná dispõe de três goleiros (Darci, Neneca e Bader). “Não vamos alimentar falsas esperanças. Após solucionarmos os problemas urgentes, podemos retomar esta conversa”, afirmou José Domingos.

A eventual contratação de um goleiro implicaria na saída de um dos atuais jogadores da posição, pois Cuca já confirmou desejo de não trabalhar com elenco superior a 26 ou 27 jogadores. Para evitar polêmica, a diretoria trata do assunto superficialmente. “Todos sabem da qualidade do Flávio. Mas, mantenho a minha posição de não comentar hipóteses”, assegurou Ricardo Machado Lima.

Ênio está no “escuro” quanto à grana da TV

As indefinições sobre as cotas de patrocínio da televisão para a disputa do Campeonato Brasileiro ainda perduram, pelo menos para os clubes que não fazem parte do Clube dos 13, que tem 20 afiliados na primeira divisão. Por isso mesmo, os presidentes dos oitos clubes que estão fora do C13 vão buscar uma aproximação com o grupo para ficar a par do que está acontecendo. “Estamos sem norte. Os únicos valores que temos são os divulgados pela imprensa. De oficial, nada”, disse ontem à Tribuna o presidente do Paraná Clube, Ênio Ribeiro. Com a demora na confirmação dos valores que serão disponibilizados, todo o planejamento para o Brasileirão foi feito com base no capital que o clube dispõe em caixa. “Com tanta informação desencontrada, não dá para arriscar. Estamos contratando com calma para não ter erros”, diz o dirigente. Até agora, o Paraná já apresentou os experientes Renaldo e Sandro Blum, canchados em campeonato brasileiros de primeira divisão.

Segundo Ênio Ribeiro, a aproximação com o C13 é para corrigir um erro que vem se arrastando há muito tempo. “São 24 clubes com as mesmas metas, mesmas obrigações e responsabilidades. Mas apenas 16 conversam com o comando. Já começamos a disputa em desvantagem”, desabafa. No entanto, Ribeiro ficou animado com a notícia de que o Clube dos 13 montou uma comissão para estudar novos critérios para o rateio das cotas, como , por exemplo, levar em conta a classificação da equipe nas competições. “

Pelo que se comenta nos bastidores, os oito clubes que não fazem parte da elite – Juventude, Criciúma, Figueirense, Paraná Clube, Ponte Preta, São Caetano, Paysandu e Fortaleza – terão a dividir R$ 20 milhões entre si, o que daria R$2,5 milhões para cada um para os oito meses de competição. “Esses valore não nos foram confirmados. Por isso, prefiro não comentá-los”, concluiu o presidente paranista.

Macaca

A Ponte Preta também espera a definição do Clube dos 13 quanto ao valor que terá direito pela exibição de seus jogos no campeonato brasileiro deste ano. A sua cota seria de apenas R$ 290 mil mensais, valor considerado baixo pelo time de Campinas. Ainda mais levando-se em conta que seu arqui rival, Guarani, membro do C13, deve ficar com uma “mesada” de R$ 700mil. “Não recebemos nenhuma proposta oficial até agora. Mas, qualquer que seja a resposta deles vamos convocar a imprensa para explicar o que vem acontecendo nesses últimos meses”, explicou Paulo Aldrighi, assessor da presidência da Macaca.

A diretoria da Macaca e os demais excluídos também não descartam a possibilidade de negociar diretamente com outra emissora de televisão para vender os direitos de transmissão de seus jogos no Brasileirão. Mas o dirigente admite que seria “uma negociação mais complicada”.

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