Anderson Tozato
"Nunca tinha sido tão hostilizado como dessa vez", diz o treinador.

As derrotas do Coritiba doem no torcedor, no jogador, no dirigente. Mas doem também – e muito – no técnico. Cuca não escondeu de ninguém a tristeza da derrota para o Goiás, ainda mais da forma que ela aconteceu. E, além disso, as vaias e reclamações que ele ouviu ainda no gramado do Couto Pereira. Fez com que ele acabasse a terça-feira com lágrimas nos olhos. Nesta entrevista ao Paraná-Online, Cuca fala de como passou os últimos dias e confessa que é difícil para um curitibano trabalhar em Curitiba.

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Paraná-Online – Você deixou clara a sua decepção na terça. Como você está agora?
Cuca – Estou bem, estou inteiro, estou novo. É normal ser vaiado, porque a torcida quer o time jogando bem e eu sou o comandante do time. Ninguém quer saber se estão jogando estes ou aqueles jogadores, querem ver o time deles ganhar. E estão cobertos de razão. Eu faria a mesma coisa.

Paraná-Online – Na terça, você disse que não iria fracassar. O que significaria isso para você, curitibano, trabalhando em Curitiba?
Cuca – Não vou falhar. Não me importa estar trabalhando com jovens, com alguns de meia-idade ou veteranos. Não passa pela minha cabeça a derrota. Derrota em jogo sim, mas na minha carreira não. Eu vou sempre dar o meu máximo em prol da equipe que eu dirijo, e hoje eu tenho a honra de estar no Coritiba. Sei muito bem qual é o caminho a ser percorrido e é o trabalho. É o que estamos fazendo de manhã e de tarde. Não sei o resultado que vamos ter no próximo jogo, mas não vai faltar vontade e dedicação. Por falta de empenho e de trabalho não vamos perder jogos.

Paraná-Online – Como está o grupo?
Cuca – O que a gente tem feito por aqui é trabalhar. Nós temos sofrido bastante com as derrotas. Não pensem que a gente não fica triste. Ninguém sofre mais com os resultados que a gente. Mas temos que ser profissionais, temos que conviver com as derrotas e não se abater. Tem que tirar algum tipo de lição de cada resultado.

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Paraná-Online – De onde você tira tanta confiança, apesar dos maus resultados?
Cuca – Todos os times que eu dirigi eu já saí vaiado. Cheguei a ter que dormir no Estádio Olímpico quando o Grêmio foi eliminado pelo Olimpia na Libertadores. Já tive muitas lições no futebol, mas nunca tinha sido tão hostilizado como desta vez. É uma sensação horrível…

Paraná-Online – Você acha que pesou para você o fato de ser curitibano?
Cuca – Não. É indiferente. Mas é essa a minha luta a partir de agora. Tenho certeza que ali não tinha nada de pessoal e sim pelo momento que o time vive. E eles têm razão. Eu tenho certeza que depois do jogo do Paysandu e do Atletiba as lágrimas que chorei, na minha casa – depois da partida, de tristeza – vão ser de alegria.

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Presente pra torcida alviverde

Falta mais de uma semana, mas o Coritiba já começou a pensar no Atletiba do dia 15, sábado, às 18h10, no Couto Pereira. A diretoria anunciou ontem mais uma promoção de ingressos, para atrair o torcedor ao estádio, mesmo em um horário diferente para um clássico. A idéia é vincular a partida ao aniversário do clube, que na quarta-feira completa 96 anos.

Até por isso a promoção, como um presente para a torcida. Desde ontem, as bilheterias do Alto da Glória (e mais nove pontos em Curitiba e Região Metropolitana) estão vendendo ingressos para o Atletiba nos seguintes valores: arquibancada, R$ 8,00; cadeira, R$ 12,00; social, R$ 25,00. Os preços são aplicados apenas para o espaço destinado aos torcedores coxas, e não será aplicado o meio-ingresso.

A promoção vai até terça, dia 11, e daí em diante os preços serão majorados em relação ao valor habitual: arquibancada, R$ 20,00; cadeira, R$ 30,00; social, R$ 60,00. Esta é a tabela normal, com o preço da arquibancada valendo também para os atleticanos e nestes valores haverá venda de meio-ingresso para menores de 12 anos, maiores de 60, mulheres e estudantes. Por meio da assessoria de imprensa, a diretoria do Cori fez novo apelo para que os torcedores não adquiram ingressos de cambistas.

Festa

Além da promoção, o Coritiba também está vendendo entradas para o jantar de 96 anos. O evento, marcado para terça, véspera do aniversário, tem como atrativo um telão no restaurante Madalosso, para os torcedores acompanharem o jogo alviverde contra o Paysandu, que acontece no mesmo horário da festa. A entrada custa R$ 20,00 e dá direito ao jantar com refrigerante e vinho.