Cuca modifica a filosofia de jogo do Coritiba

O técnico Cuca já deixou claro, em sua apresentação, que precisaria de tempo para impor a sua filosofia de trabalho no Coritiba.

E ele também vai precisar de tempo para mudar a forma do time jogar – depois de três anos pensando prioritariamente na defesa, agora o objetivo é uma equipe equilibrada, só que privilegiando o ataque.

Foi assim que Cuca ‘apareceu’ no futebol brasileiro, treinando o Paraná Clube e o Goiás, em 2003. Nos primeiros jogos do campeonato brasileiro daquele ano, o treinador montou o Tricolor com um quarteto ofensivo – Marquinhos, Fernandinho, Caio e Renaldo – que dificilmente voltava para marcar. O time ficava desprotegido, mas na frente era eficiente.

As boas atuações da equipe fizeram o técnico deixar a Vila Capanema e seguir para Goiás. Lá, ele também tinha como montar um time forte no ataque. No meio, dois volantes com criatividade (Marabá e Josué) e o meia Danilo. Na frente, Grafite, Araújo e Dimba, que foi o artilheiro daquele campeonato – um gol à frente de Renaldo.

No São Paulo, Cuca "recebeu" Marquinhos, Danilo e Grafite, escalando-os ao lado de Luís Fabiano. "No Flamengo, eu estava implantando um sistema 3-4-3, que é muito interessante", revela o treinador coxa, que não abre mão de uma equipe veloz. "Para mim, a rapidez é um fator fundamental no futebol", afirma.

E a velocidade não era dos pontos mais privilegiados por Antônio Lopes. Em seus quinze meses no comando do Coritiba, o Delegado exigia um time com controle técnico do jogo – isto é, uma equipe que retivesse a posse de bola ao máximo possível. "Enquanto estivermos com a bola, o adversário não terá chances de marcar", explicou certa vez o treinador. Para completar, Paulo Bonamigo, que comandou o Cori por vinte meses, postava a equipe na marcação, jogando no contra-ataque.

Cuca, em contrapartida, já começou a implantar seu estilo. A entrada de Luís Carlos Capixaba como primeiro volante (em um sistema com três zagueiros) é uma tentativa de criar opções de saída de jogo. "Eu quero um volante que chegue na frente e marque gols", explica o treinador, que acredita que pode fazer do Coxa um time "à sua imagem". "Nós temos ótimas opções em todas as posições, e confio muito nos jogadores", garante.

Hora de colocar o pé na forma

Melhor prevenir que remediar. Os jogadores do Coritiba estão sendo submetidos a um ?tratamento de choque? para melhorar o rendimento nas conclusões. A cada final de treinamento, o técnico Cuca vai colocar todo mundo para chutar – o objetivo é acertar a mira já para a partida de sábado contra o Fluminense, em Volta Redonda.

O treinador explica que a atitude é normal. ?Nós vamos aproveitar o período final de cada trabalho para fazer isto. Tenho certeza que nós vamos melhorar a cada dia?, afirma. Ontem, no entanto, ele nem precisou treinar arremates no final. O treino técnico da manhã foi todo ele voltado para o fundamento. ?Não foi um treino de chute com os atletas parados. Fizemos uma movimentação tentando recriar situações de jogo?, conta.

Ele não quis fazer previsões de melhora. ?Não dá para trabalhar com tempo no futebol. O que é cedo para uns, é tarde para outros?, comenta Cuca, que à tarde só acompanhou o treino físico liderado pelo fisicultor Róbson Gomes. Hoje, o técnico começa a preparar a equipe para a partida contra o Fluminense. Os únicos desfalques são Reginaldo Nascimento, suspenso, e Marquinhos, ainda se recuperando de lesão.

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