A semana de recesso vai ser decisiva no Santos. Cuca adiantou que serão ?internados" no Hotel Recanto dos Alvinegros (anexo ao Centro de Treinamento Rei Pelé) os jogadores que farão parte do grupo até fim do Campeonato Brasileiro para uma mini-intertemporada. Em alguns dias, serão realizados três treinos: às 7, 10 e 16 horas. Enquanto isso, a diretoria promete apresentar pelo menos dois reforços da lista com seis nomes apresentada pelo treinador.
Em menos de uma semana de Santos, Cuca percebeu que um dos seus maiores problemas será reduzir o elenco de 35 jogadores. Antes do jogo contra o Fluminense, nesta quinta-feira, no Maracanã, o treinador teve duas longas reuniões com o presidente do clube, Marcelo Teixeira, e os dirigentes do futebol em que o assunto foi discutido.
Cuca mostrou que é impossível trabalhar na formação de um bom time e da preparação de bons reservas com pelo menos um terço do elenco descontente diante da falta de oportunidade. E, apesar de enfrentar resistência, conseguiu avançar um pouco, com a devolução dos garotos Alemão (não deve ficar no clube), Patrik e Paulo Henrique às equipes de base. Porém, o número de jogadores excedentes ainda é muito grande.
Como aconteceu com o seu antecessor, Emerson Leão, Cuca foi contratado para reconstruir o futebol santista, a partir da base razoável do time e com o aproveitamento da nova geração de jogadores formados no clube. Mas, em poucos dias, ele concluiu que não há número suficiente de jogadores com qualidade para formar uma equipe competitiva e mais o banco de reservas.
Tanto que pediu urgência na contratação de um lateral-direito para não ter que continuar improvisando Betão, apesar de ter no elenco Felipe Souza, que é da posição. Esse não é um exemplo isolado. Há vários jogadores que não são lembrados nem para fazer parte dos treinos coletivos ou técnicos.
"Não vou iludir ninguém: é impossível analisar todos esses jogadores", explicou Cuca, após dar o segundo treino coletivo no novo clube. Enquanto ele orientava titulares e reservas no campo 3, 12 jogadores formavam o grupo da sobra, no campo 2, brincando com bola.
Entre eles, algumas das maiores apostas da diretoria, como o garoto Alemão, atacante de 19 anos que apareceu bem na Copa São Paulo de Juniores deste ano. Ele participou de quatro jogos na temporada e marcou apenas um gol. Seu contrato termina no dia 27 do próximo mês e não há quem consiga convencê-lo a renovar. Fala-se que vai para um clube intermediário da Itália ou se tornar jogador de algum empresário poderoso que o colocará em outro clube brasileiro.
"Se ele não quer assinar o novo contrato é porque talvez esteja acertado com alguém. Assim, não há razão para que continue no grupo", argumentou Cuca para convencer os dirigentes a concordar com o rebaixamento do candidato à craque. Cuca também pediu mais um meia-armador, que pode chegar para ser titular, e um atacante O técnico quer os reforços para os próximos dias, mas antes que abrir vagas para eles no elenco.
Reforço? – Josiel foi um dos nomes mais comentados, nesta quinta, como provável reforço santista. Artilheiro, com 20 gols, do Campeonato Brasileiro do ano passado, o ex-atacante do Paraná, de 28 anos, está no futebol árabe e teria dificuldade para retornar ao Brasil porque ainda tem dois anos e meio de contrato a cumprir. Foi o que disse o seu procurador Zelijko Tadic.
Desilusão – O entusiasmo de Cuca com Rodrigo Tabata não durou mais do que um jogo. Ao saber do suposto interesse de um clube japonês pelo meia, ele mostrou que não vai fazer o menor esforço para segurar o jogador. "Mais do que eu, a diretoria tem opinião formada sobre ele (Tabata)", esquivou-se.
