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Comissão técnica utilizou três
câmeras para filmar o treino.

A comissão técnica cansou de falar e agora recorre à eletrônica para aprimorar a maior deficiência do Coritiba neste Campeonato Brasileiro: os erros nas finalizações. Depois de criticar novamente o aproveitamento do time contra o Flamengo, Cuca mandou filmar o treino de ontem à tarde, dedicado exclusivamente aos arremates. As imagens servirão para os atletas – especialmente os atacantes – analisarem as razões de o time perder tantos gols.

O trabalho foi monitorado por duas câmeras instaladas no meio-campo e uma terceira colocada atrás do gol. A atividade durou cerca de uma hora e meia e envolveu todo o tipo de arremate: de direita, esquerda, dominando a bola, de primeira, de sem-pulo e de cabeça. Quem não marcava gol não saía da fila.

Foi a primeira vez que a comissão técnica chefiada por Cuca gravou integralmente um treinamento. "A idéia é mostrar as imagens a eles (os jogadores) e juntos avaliarmos o que acontece", disse o técnico, que não quis dar muitos detalhes sobre a novidade. "A forma como usaremos estas fitas é assunto interno. Mas sempre o objetivo é a evolução", falou.

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Questionado sobre o desempenho do time no treino, Cuca exibiu expressão de desagrado. "É questão de repetição. O fundamento é uma deficiência do jogador brasileiro em geral", falou. Apesar da ressalva do comandante, Alexandre – único atacante a marcar nos últimos quatro jogos – considerou o trabalho produtivo. "Deu para fazer alguns gols e pegar mais confiança", disse.

Os números apontam que o ataque coxa é até razoável – o time é o nono mais ofensivo do Brasileiro com 22 gols, ao lado de Goiás e Vasco. Por outro lado, de acordo com o Instituto Datafolha, Coritiba e Figueirense são as equipes que mais finalizam na competição: 17,2 vezes por partida. "Os três gols contra o Flamengo, por exemplo, foram abaixo do esperado. O time cria muito e acerta pouco", aponta o meia Marquinhos, que admitiu ter perdido pelo menos três chances claras no domingo.

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Mas este baixo índice de aproveitamento também tem seu lado positivo, no entender de Cuca. O técnico repete Marquinhos e lembra que chegar à meta adversária não é problema para o Coritiba. "A finalização é muito mais fácil de consertar do que a falta de criatividade. Quando a tranqüilidade e a auto-confiança aumentarem, as coisas vão entrar nos eixos", espera.

Cuca só tem uma dúvida na zaga

Com dois desfalques – um deles de última hora – e o retorno de dois jogadores importantes, Cuca ficou com poucas opções e preferiu não recorrer ao mistério. O treinador antecipou a formação tática e deixou no ar somente uma dúvida na defesa para o jogo de amanhã, contra o Figueirense, em Florianópolis.

No treino da manhã de ontem, Cuca perdeu o zagueiro Flávio, com um estiramento muscular na coxa esquerda. O jogador fica 10 dias afastado e faz companhia na torcida a Rafinha, suspenso com três cartões amarelos.

Desde domingo, o técnico antecipava que Jackson seria o ala da direita. "Ele sempre se sai muito bem por ali", explica Cuca. A vaga que esta improvisação abre no meio-campo será ocupada por Márcio Egídio, que volta de suspensão. E Reginaldo Nascimento, outro que não enfrentou o Flamengo por acúmulo de cartões, entra na zaga em substituição a Flávio.

Assim, falta apenas a definição do terceiro beque. A tendência é a manutenção de Alexandre Luz, que jogaria na sobra. "Ele rende bem mais nesta função", falou Cuca. Outra opção citada pelo técnico é a entrada Allan – assim, Reginaldo Nascimento faria o papel de líbero.

Renaldo esteve nos planos, mas a pedida é salgada

O caso Renaldo ainda é tabu no Coritiba. A diretoria alviverde segue negando a possível contratação do atacante paranista, mas implicitamente admite que a negociação chegou a se esboçar.

O vice-presidente André Ribeiro, que ontem representou o clube na apresentação do troféu do Campeonato Brasileiro, em São Paulo, confirmou que o problema para trazer Renaldo é o dinheiro. "Contratá-lo custaria o mesmo valor que decidimos não pagar pelo Luís Mário", falou o dirigente, referindo-se ao atacante que hoje defende o Atlético-MG.

No CT da Graciosa, o gerente de futebol Oscar Yamato foi evasivo e negou negociações em vista com Renaldo ou outro jogador de frente. "Nossos atacantes são Tiago, Peabiru, Nunes e Negreiros e a eles daremos confiança", falou o técnico Cuca, que no último domingo insinuou que o clube poderia trazer um camisa 9.

Chocolate III – Os ingressos para a partida contra o Brasiliense, domingo, às 16h, no Couto Pereira, já podem ser trocados nos postos credenciados pela Nestlé. O esquema é o mesmo dos outros jogos patrocinados pela multinacional – uma lata de Nescau vale uma entrada, num máximo de quatro por torcedor. Serão disponibilizados 29.060 ingressos.

Em casa Marquinhos será uma espécie de "anfitrião" do Coritiba. O time viaja hoje de manhã para Florianópolis e à tarde treina no campo do Santos – equipe amadora do pai do meia, sediada na cidade de Biguaçu, vizinha à capital catarinense.

Rivalidade Nascido em Florianópolis, Marquinhos tem um incentivo a mais para derrotar o Figueirense. "Sou torcedor declarado do Avaí. Sempre que meu time perde, o pessoal do Figueirense tira sarro de mim", conta o meia, que foi lançado por Cuca no maior rival do Figueira, em 1998.