Cuba decide permitir profissionalismo no esporte

Cuba anunciou nesta sexta-feira uma revolução dentro da sua forma de lidar com o esporte. A partir de agora, atletas de todos os esportes podem assinar contratos com clubes estrangeiros, encerrando décadas de uma política que limitava a participação dos atletas do país a competições em que representassem o regime comunista. Por conta dessa política, diversos esportistas desertaram nos últimos anos. O caso mais recente foi Orlando Ortega, barreirista, que não voltou a Cuba depois do Mundial de Atletismo em Moscou e agora pretende competir sob a bandeira do principado de Mônaco.

A novidade foi divulgada na edição desta sexta-feira do Granma jornal oficial do Partido Comunista de Cuba e, por isso, órgão oficial de imprensa. A comunidade internacional entendeu a decisão do presidente Raul Castro como uma medida para acabar com a série de deserções principalmente em modalidades onde Cuba é forte, como o beisebol e o boxe. Segundo o Granma, os atletas cubanos terão que pagar impostos sobre o que ganharem competindo profissionalmente fora do país.

Essa é a primeira vez que a ilha caribenha permite o profissionalismo no esporte em mais de uma década. Em 1961, dois anos depois de Fidel Castro assumir o poder por lá, o profissionalismo passou a ser proibido. Desde então, os atletas são empregados do estado, recebendo salários equivalente ao de outros trabalhadores.

A decisão anunciada nesta sexta entra no pacote de medidas de abertura econômica tomadas pelo irmão e sucessor de Fidel, Raul Castro, que assumiu o poder em 2006, quando o quadro de saúde de Fidel se complicou.

No começo do ano, Cuba já havia criado uma liga profissional de boxe, tentando manter a enormidade de talentos que produz no país. Nela, os boxeadores competem para receber entre mil e 3 mil dólares por mês, quantia irrisória perto do boxe profissional dos EUA.

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