Cruzeiro e Atlético Mineiro travam neste domingo, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG), uma das maiores batalhas da histórica rivalidade. A partir das 17 horas, as duas maiores equipes mineiras fazem o confronto final do Campeonato Brasileiro para definir a permanência ou não do clube celeste na Série A, assim como uma possível classificação do time alvinegro para a Copa Sul-Americana, um bom prêmio de consolação para quem também esteve à beira do rebaixamento e só se garantiu na primeira divisão na rodada anterior.
Para conseguir o mesmo feito sem depender de outros resultados, o Cruzeiro precisa derrotar o rival, que tem mostrado desempenho bem superior nas últimas partidas. Caso não consiga a vitória, a equipe celeste terá que ficar na torcida por tropeços do Ceará e Atlético Paranaense, times que também agonizam e têm na última rodada uma pequena chance de permanecerem na elite do Brasileirão.
Para conquistar o objetivo, o Cruzeiro, que nunca esteve na Série B, vai contar com o apoio dos torcedores, os únicos que estarão presentes na arena. E Fabrício espera retribuir o apoio, pois, segundo o volante, “ela (torcida) vem fazendo seu papel e tem lotado os jogos, incentivado”. “Infelizmente a gente não tem dado muita alegria esse ano, mas tem mais uma chance, não de comemorar com um título, mas de tirar um peso das costas e acabar o ano bem. A gente está pensando positivo e quer ser lembrado como um time que lutou até o fim”, salientou.
E o time precisará desse apoio, pois entrará em campo desfalcado de algumas de suas principais peças. O goleiro Fábio, o volante Marquinhos Paraná e o armador argentino Montillo estão suspensos por causa do terceiro cartão amarelo que levaram no jogo contra o Ceará. Para Fabrício, a única forma de superar esses problemas e conquistar a objetivo será “por tudo para fora no último no jogo”. “Acho que na última semana não tem mais o que fazer. É mais recuperar a força. Agora é coração, alma”, avaliou.
No clássico anterior, realizado na 19.ª rodada, o Cruzeiro levou a melhor e derrotou o rival por 2 a 1, mesmo diante de uma Arena do Jacaré ocupada apenas por torcedores do Atlético. Mas o técnico Vágner Mancini não espera facilidade e chegou a treinar o time com três atacantes, com o paraguaio Ortigoza no lugar de Roger, mas não quis revelar a escalação ou esquema que usará em campo.
SEM MISTÉRIO – Postura inversa à do técnico do Atlético, Cuca, que, ao contrário do que fez nas últimas rodadas, confirmou com antecedência a equipe que entrará para enfrentar o arquirrival. Oficialmente, treinador, jogadores e equipe técnica evitaram a semana inteira acirrar o clima beligerante que envolve a partida, mesmo com apelos dos torcedores, que chegaram a afixar faixa no centro de treinamento da equipe pedindo a “vitória do milênio”.
Segundo Cuca, o que vai motivar o time será o “compromisso e o profissionalismo”. Ele afirmou que o Atlético entrará em campo sem rancor contra o adversário, mas pensando no próprio “bem”. “Não tem como você entrar representando sua família, seu torcedor, seu clube e não dar o máximo. Vou dar o máximo. Não por querer o mal de alguém, mas por querer nosso bem”, declarou. “Bom seria se estivéssemos brigando por título. Mas já demos um salto ao tirar o Atlético dessa situação. Então, a gente fica mais tranquilo”, acrescentou Serginho, sem querer acirrar a rivalidade.