Pressionado por uma grave crise administrativa, o Cruzeiro deu a melhor resposta ao seu torcedor dentro de campo. Nesta quinta-feira, venceu o Atlético-MG por 3 a 0, no Mineirão, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, ficando muito próximo da classificação às semifinais do torneio em que é o atual bicampeão.

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Um dia após a Justiça determinar o afastamento de Itair Machado da vice-presidência de futebol do clube, os comandados de Mano Menezes conseguiram deixar os problemas fora dos gramados com uma atuação segura e precisa para explorar os erros do adversário, obtendo vitória que deixa o time com a possibilidade de perder por até dois gols de diferença para avançar às semifinais da Copa do Brasil.

Para isso, o Cruzeiro contou com ótima atuação de Pedro Rocha, surpresa na escalação ao ocupar a vaga que costuma ser de Fred e que marcou um gol, além de ter construído a jogada de outro, de Thiago Neves. Assim, o atacante ampliou a aura de carrasco do time alvinegro, pois em 2016 marcou duas vezes na decisão da Copa do Brasil, quando estava no Grêmio, que levou a taça do torneio. E Robinho definiu o placar de 3 a 0 para o Cruzeiro, também pouco ameaçado pelo ataque atleticano.

O setor ofensivo da equipe alvinegra, com Alerrandro no seu comando em detrimento de Ricardo Oliveira, foi inoperante e lento. Além disso, o time pecou especialmente pelas falhas do seu sistema defensivo, que errou passes nos lances dos dois últimos gols do Cruzeiro. E o deixou próximo de novo revés em um mata-mata nesta temporada para o rival, que já o superou na decisão do Campeonato Mineiro, em abril.

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O segundo duelo entre os rivais pelas quartas de final da Copa do Brasil vai ser disputado na próxima quarta-feira, no Independência. Antes disso, os times terão compromissos pelo Campeonato Brasileiro. No domingo, o Cruzeiro receberá o Botafogo no Mineirão, enquanto o Atlético-MG visitará a Chapecoense na Arena Condá.

O JOGO – O início da partida no Mineirão até parecia indicar que o Atlético-MG poderia conquistar um bom resultado. Afinal, o time trocava passes no campo de ataque, em busca de um gol, tendo até a primeira oportunidade do clássico, com uma finalização rasteira de Luan, defendida com segurança por Fábio. Só que aí Pedro Rocha começou a fazer a diferença. Aos 12 minutos, a surpresa na escalação de Mano recebeu passe perto da grande área, deu um drible seco em Elias e bateu de esquerda, acertando o ângulo da meta defendida por Victor.

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A partir do gol, o Cruzeiro assumiu o controle do duelo, também se aproveitando da atuação insegura do sistema defensivo atleticano. O time assustou em uma cobrança de falta de Thiago Neves e foi preciso para aproveitar erro do adversário para ampliar o placar, com a participação decisiva de Pedro Rocha. Afinal, foi o atacante quem interceptou um passe errado de Réver para disparar ao ataque, deixando Igor Rabello para trás e driblando Victor antes de rolar para Thiago Neves, que só empurrou às redes: 2 a 0, aos 25 minutos.

O segundo gol do Cruzeiro confirmou a instabilidade atleticana, exposta em outra saída errada de jogo, de Victor, mas que dessa vez não foi aproveitada por Thiago Neves. E como o time alvinegro era lento e pouco criativo, a etapa inicial terminou com a equipe celeste soberana em campo e com ótima vantagem.

Insatisfeito, Rodrigo Santana trocou Luan por Otero, que fez seu retorno ao Atlético-MG após um ano atuando nos Emirados Árabes Unidos. Mas o time voltou a falhar na saída de jogo. E o Cruzeiro aproveitou para marcar pela terceira vez. Aos nove minutos, Elias errou passe, interceptado por Marquinhos Gabriel, que acionou Robinho. Ele chutou em cima da defesa, mas ficou com o rebote e dominou no peito, batendo para as redes com Victor caído.

Com a larga vantagem construída pelo Cruzeiro, o restante do segundo tempo se transformou em um duelo de ataque contra defesa. O time celeste, então, passou a atuar recuado, tentando não dar espaços ao Atlético, que lutou para deixar o Mineirão com ao menos um gol marcado.

Otero foi o jogador mais perigoso do time, especialmente em jogadas pela ponta esquerda e também em cobranças de escanteio fechadas, em busca de um gol olímpico. Mas o Cruzeiro conseguiu se defender bem, a ponto de Fábio nem ter realizado defesas difíceis. E em alguns momentos de troca de passes a sua torcida até ensaiou gritos de “olé”, eufórica por ver a equipe próxima das semifinais da Copa do Brasil com uma vitória incontestável sobre o seu principal rival.

FICHA TÉCNICA:
CRUZEIRO 3 X 0 ATLÉTICO-MG

CRUZEIRO – Fábio; Lucas Romero, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Ariel Cabral, Robinho (Fred), Thiago Neves (David) e Marquinhos Gabriel; Pedro Rocha (Jadson). Técnico: Mano Menezes.

ATLÉTICO-MG – Victor; Patric, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Zé Welison (Jair); Chará, Elias, Luan (Otero) e Cazares (Geuvânio); Alerrandro. Técnico: Rodrigo Santana.

GOLS – Pedro Rocha, aos 12, e Thiago Neves, aos 25 minutos do primeiro tempo. Robinho, aos nove minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Raphael Claus (Fifa/SP).

RENDA E PÚBLICO – Não disponíveis.

LOCAL – Mineirão, em Belo Horizonte (MG).