Depois de divulgar que vendeu 20% dos direitos econômicos de Montillo a um grupo de investidores, há cinco meses, o Cruzeiro ouviu críticas da torcida, que sentiu que o clube foi prejudicado pela negociação. Por isso, a diretoria veio a público neste fim de semana para, através de uma nota oficial, explicar a operação que, de acordo com ela, permitiu a permanência do argentino em Belo Horizonte.
Em texto assinado pelo presidente Zezé Perrella, o Cruzeiro explica que recebeu proposta do futebol russo, de 10 milhões de euros, por Montillo, em junho. Como o clube precisava fazer caixa, chegou a pensar em aceitar a oferta, mas optou por realizar uma operação financeira com um investidor, negociando 20% dos direitos econômicos daquele que Zezé chama de “a estrela da equipe”.
Ainda de acordo com Perrella, o valor da negociação equivale a mais do que o dobro do que o Cruzeiro pagou à Universidade do Chile para comprar Montillo. Na época, o valor divulgado foi de 3,5 milhões de dólares. Assim, os 20% vendidos agora teriam saído por mais do que 1,7 milhões de dólares, valor proporcionalmente menor do que a oferta recebida da Rússia. Os nomes dos investidores, porém, não foram revelados porque eles possuem atividades em diversos ramos e “não querem ter sua imagem vinculada a um só clube de futebol”.
“Ficou acertado ainda que, caso o clube quisesse readquirir o porcentual vendido para esse grupo em um período de oito meses, o Cruzeiro pagaria o mesmo valor com as correções do IGPM”, explica Perrella, que usa os exemplos de Neymar e Paulo Henrique Ganso para justificar a venda de parte dos direitos de Montillo. Os dois santistas tiveram parte de seus direitos econômicos vendidos pelo Santos a um grupo de investidores.