A final da Copa do Brasil é toda mineira. O Atlético conseguiu mais uma espetacular virada e eliminou o Flamengo, em Belo Horizonte. Na Vila Belmiro, nesta quarta-feira, mesmo com a vantagem de 1 a 0 obtida na ida, o Cruzeiro sofreu, mas conseguiu o que precisava para avançar à decisão. Saiu perdendo logo no início, empatou em seguida, viu o Santos fazer 3 a 1 e ficar com a vaga nas mãos, mas teve forças para se recuperar e marcar duas vezes para garantir o empate por 3 a 3.

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O torcedor do Santos viveu uma noite de emoções fortes. O time do técnico Enderson Moreira teve uma jornada de altos e baixos, mostrou Robinho e Rildo inspirados, mas, com falhas em seu sistema defensivo, não resistiu ao forte elenco do Cruzeiro, que saiu atrás e por duas vezes buscou o empate em um grande jogo de futebol.

Logo no primeiro minuto, Arouca descobriu Rildo livre pelo setor esquerdo do ataque do Santos. O atacante partiu em velocidade, entrou na área do Cruzeiro e rolou para trás. Gabriel recebeu a bola e rolou para Robinho, que bateu de direita para o gol. A bola desviou em Egídio e morreu no fundo da rede.

O experiente time mineiro logo se equilibrou em campo. Aos sete minutos, o lateral-direito celeste Ceará fez o que quis com o lateral-esquerdo santista, o chileno Mena e bateu para o gol. Aranha espalmou para o meio da área e Marcelo Moreno, livre, empatou o jogo.

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Assim, o Santos precisava de mais dois gols, sem levar nenhum, para ir à final da Copa do Brasil. Mas o time passou a centralizar as jogadas. Robinho tentava mais armar do que atacar, mas o Cruzeiro bloqueou a entrada da área, protegendo bem sua defesa.

Quando o jogo caminhava para o intervalo, duas falhas em sequência colocaram fogo na Vila Belmiro. Aos 45 minutos, Gabriel recebeu pela esquerda do ataque e bateu rasteiro para a área. O goleiro Fábio tentou segurar a bola, que era fácil, mas soltou quase nos pés de Rildo – a primeira falha. Ele se esticou todo, mas o zagueiro Léo estava na cobertura. No lance, o árbitro paraense Dewson Fernando Freitas da Silva assinalou pênalti, selando o segundo erro. Gabriel bateu bem e o Santos só precisava de mais um gol.

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O Santos voltou com Caju no lugar de Mena e tentava se organizar para buscar o terceiro gol, que saiu aos 13 minutos. O zagueiro Bruno Rodrigo, do Cruzeiro, escorregou e a bola sobrou para Robinho. Ele tocou para Lucas Lima, que serviu Gabriel. Ele partiu pela direita e cruzou rasteiro para Rildo marcar e fazer a Vila Belmiro explodir.

Depois de fazer o que precisava, o Santos desacelerou o jogo e perdeu seu principal talento em campo. Robinho sentiu fortes dores na coxa esquerda e foi substituído pelo garoto Jorge Eduardo. Sem seu craque, o time não conseguiu mais armar contra-ataques eficientes e aos poucos caiu na armadilha de se fechar cada vez mais e abdicar de tocar a bola em seu ataque.

O castigo veio em dose dupla com o atacante Willian. Aos 35 minutos, Fábio deu um chutão de sua área e o zagueiro santista Bruno Uvini desviou de cabeça para trás, deixando seus companheiros vendidos no lance. O atacante entrou na área e com muita frieza tocou no canto esquerdo de Aranha.

O Santos teve mais alguns minutos para buscar o quarto gol, mas Rildo tinha acabado com seu estoque de bons lances. O time passou a viver de chuveirinhos e viu os mineiros cozinharem o jogo, sem pressa. No fim, um contra-ataque avassalador e Ricardo Goulart deixou Willian livre para empatar o jogo e decretar o final da linha para esse Santos na Copa do Brasil. Quem vai parar o Cruzeiro? Talvez o seu maior rival, o Atlético Mineiro – apenas talvez.

FICHA TÉCNICA

SANTOS 3 x 3 CRUZEIRO

SANTOS – Aranha; Cicinho, Bruno Uvini, Edu Dracena e Mena (Caju); Arouca, Alisson (Renato), Lucas Lima e Robinho (Jorge Eduardo); Gabriel e Rildo. Técnico: Enderson Moreira.

CRUZEIRO – Fábio; Ceará, Dedé (Bruno Rodrigo), Léo e Egídio (Samudio); Henrique, Lucas Silva, Everton Ribeiro (Júlio Baptista) e Ricardo Goulart; Willian e Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira.

GOLS – Robinho, aos 2, Marcelo Moreno, aos 7, e Gabriel (pênalti), aos 48 minutos do primeiro tempo; Rildo, aos 13, e Willian, aos 35 e aos 50 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Lucas Lima e Rildo (Santos); Fábio, Lucas Silva, Egídio e Willian (Cruzeiro).

ÁRBITRO – Dewson Fernando Freitas da Silva (PA).

RENDA – R$ 444.760,00.

PÚBLICO – 11.952 pagantes.

LOCAL – Estádio da Vila Belmiro, em Santos (SP).