Em crise política e sob risco de ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro definiu nesta quinta-feira que passará a contar com um novo modelo de gestão. Ele valerá até o fim de 2020, com o clube sendo gerido por um conselho gestor composto por seis conselheiros. O presidente Wagner Pires de Sá, assim, cumprirá o seu mandato, que se encerrará ao término do próximo ano, com o futebol sendo comandado por Zezé Perrella, o atual presidente do Conselho Deliberativo, até lá.
A decisão se deu após reuniões que envolveram Wagner, Perrella e outras figuras importantes da política do Cruzeiro. E eles definiram que o conselho gestor será composto por Célio Elias, Zezé Franelli, Hermínio Lemos, Giovanni Baroni, Darci Martins Fraga e Jarbas Matias dos Reis.
“O Cruzeiro passa a adotar a partir da próxima semana um novo formato administrativo que vai vigorar até o final de 2020. A decisão foi tomada depois que o presidente Wagner Pires de Sá e o presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, ouviram seus pares de conselho no sentido de apaziguar a situação política do clube bem como caminhar em busca de uma solução para os problemas financeiros e administrativos de momento”, anunciou, através de nota oficial.
Com essa decisão, o clube comunicou que a reunião do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, que ocorreria na próxima semana para discutir a crise política. E a definição se deu no mesmo dia em que o hotel onde ocorreria o encontro foi alvo de apedrejamento e ameaças, desistindo de receber o encontro.
“Diante dessa decisão entendemos que torna-se desnecessária a reunião do Conselho Deliberativo marcada para o dia 21 próximo tornando-se sem efeito o edital de convocação publicado pela presidência do órgão. O importante agora é abraçarmos o clube nesse momento decisivo de sua história no Campeonato Brasileiro, assim como se comportaram nossos torcedores na quarta-feira diante do São Paulo”, afirma a nota oficial assinada por Perrella e Wagner.
E eles dizem esperar que a decisão ajude o Cruzeiro a reagir no Campeonato Brasileiro – o time está na zona de rebaixamento, embora tenha vencido o São Paulo na última quarta-feira.
“Como é de conhecimento público o Cruzeiro atravessa uma das maiores crises financeiras de sua história e continua em risco de rebaixamento para a segunda divisão. O torcedor carrega com orgulho o troféu de nunca ter caído para a segundona e faz questão de mostrá-lo para qualquer adversário e jamais poderemos imaginar que o contrário aconteça. Já começamos a trabalhar para reorganizar as finanças do clube e a vitória sobre o São Paulo nos abre caminhos pra um horizonte de resultados positivos”, diz.
A crise administrativa e política no Cruzeiro eclodiu em maio, com a revelação de que a gestão do clube era alvo de investigações por causa de supostas irregularidades. Desde então, o vice-presidente de futebol Itair Machado e o diretor-geral Sérgio Nonato deixaram suas funções. Perrella ganhou força política para atuar na gestão do futebol, sucedendo Itair, e Wagner, que chegou a ter o seu cargo ameaçado, seguirá na presidência até o fim de 2020 com a decisão desta quinta-feira.